A eleição municipal em Campina Grande é uma das mais importantes de nosso Estado, pois ela serve como bússola para a futura eleição em nível estadual. Só que, diferentemente das disputas anteriores, esta parece ser uma eleição atípica. Por incrível que pareça, a tônica da política campinense é essa, onde se anda na cidade só se escuta dizer: “se o candidato de Romero for Tovar, perde; o povo quer Bruno”, já que Cássio está fora da disputa, com olho em 2022.
Esses comentários se referem nitidamente a uma desconfiança, principalmente, dos correligionários do prefeito Romero Rodrigues em relação ao Secretário Chefe de gabinete e deputado licenciado, Tovar Correia Lima. A desconfiança é atinente ao fato de que muitos não acreditam na musculatura política de Tovar, que poderá rachar ainda mais a equipe política do atual governo municipal de Campina Grande.
Já o povão, sendo simpatizantes ou não do grupo do prefeito, veem em Bruno Cunha Lima um político moderno, cujos propósitos são os melhores possíveis, pois trata-se de alguém que mesmo tendo herdado o sobrenome “Cunha Lima”, demonstra ser uma pessoal simples, além de ter uma vida ilibada e moral elevada.
Bruno Cunha Lima tem sido uma grata surpresa dentro desse novo conceito de política, pois tem feito de sua vida pública um sacerdócio para o povo paraibano, sobretudo, quando passou a defender várias bandeiras que envolvem as causas sociais, como o apoio integral em defesa das pessoas acometidas por câncer e autismo. Outro ponto fundamental para esse seu credenciamento diante da opinião pública, foi sua postura ética e moral quando da última eleição que disputou, onde postulava uma vaga na Câmara Federal, abdicou dos recursos oriundos do fundo partidário, demonstrando assim, ser um homem público sério; legado herdado do seu avô, o ex-senador da República,
Ivandro Cunha Lima.
O que temos que levar em consideração aqui é que mesmo Bruno sendo um político aglutinador e agregador, recentemente tomou posições firmes quando mesmo fazendo parte da administração de Romero Rodrigues, ao perceber que o governo não estava correspondendo com os seus princípios políticos, preferiu entregar o cargo demonstrando, mais uma vez, o seu desapego ao interesse individual; prezando pelo interesse coletivo.
Bruno Cunha Lima parece ser aquele filho “rebelde do bem” que não coaduna com coisas erradas dentro de seu clã político e prefere se distanciar do que ser contaminado pelas falhas gritantes que o governo de Romero Rodrigues vem cometendo, como foi o caso da “Operação Famintos”, onde vários assessores da Prefeitura campinense foram presos ou afastados.
Diante de tudo isso, o prefeito campinense está politicamente asfixiado, ou seja, ou apoia Bruno Cunha Lima que mesmo fazendo parte do grupo tem uma postura diferente de como fazer política, ou corre o risco iminente de sofrer uma sonora derrota das oposições, que poderão se unir em torno do grupo comandado pelo ex-prefeito e atual senador Veneziano Vital do Rêgo.
Se for Tovar, pelo andar da carruagem, não tem nem graça, e olhe que ainda tem Arthur Bolinha que obteve uma grande votação na eleição passada e Geraldo Medeiros, secretário de saúde do estado, que pode surpreender e ser o candidato indicado pelo governador João Azevedo ou até mesmo ser um aliado de Bruno Cunha Lima.
E sendo Bruno eleito em Campina, com o apoio de aliados do governador, poderá comprometer o futuro político de Cássio e do próprio Romero Rodrigues. Mais uma vez, lembramos que a eleição de Campina tem um significado muito importante para a Paraíba em 2022. Parece que no maior São João do mundo a Rainha da Borborema vai pegar fogo literalmente.
Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Gildo Araújo