Perspectivas

PROJETOS PARA 2022: os caminhos prováveis de João, Cássio, Veneziano, Cartaxo, Romero, Zé e outras lideranças estaduais

Cada um a seu modo e com seu objetivo, os principais personagens da política paraibana vão trabalhar para viabilizar seus projetos políticos.

As eleições municipais de 2020 ainda nem aconteceram e as articulações para o pleito estão em pleno vapor, mas as movimentações para o pleito de outubro fazem parte de um roteiro macro já conhecido na política paraibana, cujo objetivo é de longo prazo: a ampliação de poder e, no contexto local, as eleições estaduais de 2022.  Cada um a seu modo e com seu objetivo, os principais personagens da política paraibana vão trabalhar para viabilizar seus projetos políticos.

João Azevêdo – No campo do governador João Azevêdo, a tese natural é que ele deva concorrer à reeleição, por isso deve trabalhar, no atual pleito, para não alimentar concorrentes e, ao mesmo tempo, eleger uma quantidade significativa de prefeitos e vereadores na maior quantidade de municípios. O Cidadania, partido do governador, deve ser o maior beneficiado com a janela eleitoral. Além de vereadores e pré-candidatos ao legislativo, prefeitos de outras legendas devem migrar para a agremiação governista, tornando-a uma das maiores do estado para o próximo pleito.

Cássio Cunha Lima – Do lado oposicionista, o ex-governador e ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB) recebeu recentemente um apoio significativo: do presidente Jair Bolsonaro. Primeiro, através de gestos e palavras, durante visita presidencial à Campina Grande. Depois, através de indicação para a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Cássio pode não disputar à Prefeitura de Campina Grande, mas terá oportunidades significativas para voltar ao páreo em 2020 como candidato ao Senado novamente. Pelo grupo do presidente Bolsonaro, ele é encarado como um contraponto direto ao grupo do governador João Azevêdo e do ex-governador Ricardo Coutinho.

Veneziano Vital do Rêgo – O senador socialista estará na metade do mandato em 2022 e o sonho de governar o Estado pode ser resgatado daqui a dois anos. Tudo vai depender, obviamente, do desempenho eleitoral do grupo dele nas eleições campinenses, em outubro próximo, e das circunstâncias políticas nas quais ele estará inserido. Até lá o destino partidário do senador poderá ser outro, embora ele tenha dito que está confortável no PSB. Em entrevista recente no rádio, quando questionado se ainda disputaria o cargo de governador, o senador não descartou a hipótese e ressaltou que o sonho ainda não morreu.

Luciano Cartaxo e Romero Rodrigues – Os prefeitos Luciano Cartaxo e Romero Rodrigues estão no mesmo patamar. Em dezembro próximo, ficam sem mandato e devem ficar sem a caneta pelos próximos dois anos. A grande chance de ambos, de disputar o governo, era 2018, mas nenhum dos dois conseguiu viabilizar o caminho para construir a candidatura. Mesmo assim, a envergadura política de ambos não deve ser desconsiderada e deve passar pela sucessão municipal em outubro. Ambos trabalham para eleger seus sucessores e manterem influência política suficientes para se manterem no páreo da política estadual. Tanto Cartaxo quanto Romero Rodrigues, portanto, poderão candidatar-se ao Governo do Estado ou ao Senado em 2022.

Aguinaldo Ribeiro – É indiscutível a influência crescente do paraibano Aguinaldo Ribeiro em Brasília. Nos bastidores do poder, ele já é apontado como possível sucessor de Rodrigo na Presidência da Câmara Federal. Mas esse poder político que cresce em Brasília poderá transbordar em 2022, levando-o para a disputa pelo Poder Executivo na Paraíba. Será que este será o caminho? É uma possibilidade que não pode ser desprezada nem descartada. Vale destacar que, no Senado, Aguinaldo conta com a parceria de Daniella Ribeiro, sua irmã, cuja eleição contou com a colaboração direta dele.

José Maranhão – Aos 85 anos de idade, o senador e destemido ex-governador paraibano não dá sinais de que deve abandonar a vida pública. Em pleno vigor em 2020, ele pode vir a disputar a reeleição pelo legislativo em 2022. Antes disso, porém, o ex-governador pretende oxigenar o MDB. Em entrevistas recentes, ele prometeu lançar candidatos ‘novos’ às prefeituras das principais cidades. O lema do senador é que, apesar da idade, tem ideias jovens. Será que ele vai encarar mais uma disputa em 2022? O peso dele não pode ser desconsiderado.

Ricardo Coutinho –  Já o ex-governador socialista, às voltas com Operação Calvário, não é um nome que deva ser descartado. Apesar das denúncias que envolvem seu nome, Coutinho ainda enfrentará julgamento, mas ainda desperta paixões de quem ainda sonha com uma candidatura sua em 2022. Em 2018, ele abdicou de uma candidatura ao Senado, perdendo uma oportunidade que, segunda as pesquisas de opinião, lhe garantiam uma vaga em Brasília. Caso não tenha sido alvo de outro juízo final, pode vir a concorrer em 2022, tendo chances de voltar à cena política. Neste caso, são as investigações da Calvário quem ditarão o rumo dos acontecimentos.

É certo que todas as possibilidades, por enquanto, são apenas reflexões sobre o futuro da política paraibana, que é fluída, dinâmica e surpreendente. O sistema eleitoral brasileiro propicia um debate cada vez mais focado nas eleições, tendo em vista que um intervalo de apenas dois anos separam os pleitos municipais das votações para governador e presidente da República. No meio do caminho, as articulações fazem parte do roteiro que culmina com o dia da eleição. É o encontro com a urna que confirma ou anula todas as pretensões, especulações ou projetos.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba