A problemática do turismo pessoense

Wills Leal

Maia uma vez, o trade turístico pessoense se reúne com os candidatos que disputam o cargo de prefeito do município de João Pessoa, objetivando obter informações sobre seus projetos de gestão para o turismo. Este novo ciclo de debates tem um conteúdo altamente democrático, pluralista e eminente técnico. Tem também, claramente, alguns objetivos bem específico: oportunizar condições para um diálogo entre o trade e todos os candidatos; oferecer novas sugestões que possam melhorar os programas apresentados; obter compromissos sobre o volume das verbas que serão alocadas nos orçamentos especificamente para este importante setor econômico; e, por fim, se informar quais os critérios que os gestores adotarão na escolha dos dirigentes de turismo de João Pessoa.

Em realidade, nove encontros como este já forma realizados, ao longo das eleições municipais (e também estadual), com candidatos a prefeito de João Pessoa: cinco, isoladamente , pela ABRAJET, e quatro, em conjunto, por várias entidades. A expectativa do trade pessoense, com a realização desse novo encontro, que foi muito bem elaborado e contando com a presença de todos os candidatos, é a de que possamos avançar significativamente e consolidar um novo tempo de prosperidade e competitividade para o turismo de João Pessoa.

Não é novidade que o turismo de João Pessoa apresenta vários problemas e que, fatalmente, o próximo gestor municipal terá de buscar soluções para resolvê-los ou pelo menos, minimizá-los. O ideal é que ao encará-los e buscar soluções, atuem em harmonia com a iniciativa privada (que, de fato, é operadora do setor), o que, lamentavelmente, nem sempre tem ocorrido.

Abaixo, a fim que possamos ter uma visão bem mais objetiva da problemática do turismo pessoense, enumeramos algumas realidades que continuam prejudicando, significadamente, a imagem turística da cidade. Foram aqui colocadas, aleatoriamente e sem ordem de importância e que solucionados, poderão contribuir decisivamente para o surgimento de um novo tempo de progresso para o chamado “DESTINO”/ “PRODUTO TURÍSTICO PESSOENSE”:

1 – Além de não contarmos com porto e aeroporto, o nosso terminal rodoviário é ultrapassado, em todos os sentidos;
2 – Embora a cidade detenha o título de Patrimônio Histórico Nacional e seja a terceira mais antiga do país, não tem um museu para mostrar/contar aos visitantes sua gloriosa história;
3 – Os grandes eventos públicos oficiais promovidos na cidade continuam sendo feitos nas areias da praia – por falta de espaço adequado – , poluindo-a gravemente;
4 – Depois da construção, no Altiplano do Cabo Branco, do Complexo Estação Ciência, o Ponto Extremo Oriental das Américas, na Praia do Seixas, uma das nossas mais marcantes atrações turísticas, conhecida mundialmente, ficou totalmente abandonada, não figurando nem mais como destaque que merece nos guias e folders oficiais e até mesmo o Diploma de sua visitação não existe mais existe;
5 – Por falta de providências oficiais, a praia de Manaíra, onde estão localizados grande parte dos nossos hotéis e restaurantes, vive permanentemente sem condições de balneabilidade;
6 – Projetados há mais de 30 anos, até hoje nem um dos três Terminais Turísticos da cidade foram construídos ;
7 – Não existe em João Pessoa nenhum edifício-garagem;
8 – A cidade não conta também com política de socorro ao turista vitimado;
9 – São insuficientes os espaços destinados aos veículos turísticos, tanto no Centro Histórico, como na orla;
10 – A sinalização turística da cidade é precária;
11 – Noventa por cento dos nosso principais prédios históricos não permitem visitações de turistas, pois vivem sempre fechados;
12 – Não temos roteiros para ser feitos a pé ou de bicicleta pelos turistas;
13 – Nos entornos de nossas principais atrações históricas existem dezenas de prédios totalmente abandonados;
14 – Construções de gosto discutível e antiecológicas, alvo de críticas permanentes dos visitantes, forma implantadas pela municipalidade, nas imediações de um marco de nosso turismo: o Tropical Hotel Tambaú;
15- Lançado há mais de vinte anos, ainda se encontra “travado” o Projeto Costa do Sol;
16 – A pirataria da comercialização turística domina, impunemente, nas calçadas da orla marítima;
17 – É total a inoperância do atual Conselho Municipal de Turismo;
18 – Não temos políticas criativas visando a preservação e revitalização dos nossos festejos tradicionais, como a Festa das Neves, os juninos, o carnaval, etc.;
19 – O abandono de nossas principais praças, como a João Pessoa e da Independência, maculam a imagem da cidade;
20 – O Parque Solom de Lucena (Lagoa), um dos cartões postais da cidade, vive em total abandono;
21 – João Pessoa é a única Capital brasileira que não tem um evento âncora;
22 – Há mais de uma década que João Pessoa não recebe recursos do Prodetur;
23 – Não há incentivos municipais para a ampliação/modernização da rede hoteleira no local.

Mesmo com essas adversa situação, aqui detalhada, o trade continua confiante de que, muito em breve, um novo tempo de progresso irá viver o turismo de João Pessoa. Os promotores deste Ciclo de Debates Sobre o Turismo têm plena consciência de sua importância para a cidade, principalmente pelas consequências diretas que as ações aqui defendidas poderão ter em seus segmentos econômico, social e cultural. Obrigado aos candidatos e aos que, direta e indiretamente colaboraram com a sua realização.