Com a confirmação de dois casos de covid-19, causada pelo novo coronavírus em São Paulo, aumentou o temor da população em relação a uma epidemia no país. Porém, essa preocupação também tem gerado preconceito e reações exageradas, especialmente nas redes sociais.
Um exemplo é Yamin Nicolielo, 26 anos, que relatou no Instagram ter sofrido preconceito durante o período em que estava com suspeita de covid-19. Os testes para a doença deram negativo, mas a jovem disse ter ficado impressionada com a falta de respeito de algumas pessoas.
Segundo a publicação dela no Instagram, ela foi ao Pronto-Socorro de Avaré (267 km a oeste de São Paulo) em 26 de fevereiro com sintomas de gripe, após voltar de uma viagem à Itália —país onde os dois casos confirmados de coronavírus no Brasil teriam contraído o vírus.
Com a suspeita de covid-19, ela precisou ficar em isolamento até a chegada dos resultados dos testes. Nesse período, ela precisou ficar de máscara e não pôde ter contato com a filha. Diariamente ela publicava vídeos nos stories do Instagram relatando sua situação.
“Nesses dias soube de fotos minhas rolando em grupos de Uber da cidade e sabe-se lá onde mais. Minha irmã foi gentilmente convidada a não ir para a escola também. Fiquei em Avaré, presa, sem poder voltar para São Paulo para não expor ninguém ao risco”, escreveu.
Ela também disse ter visto uma série de manifestações preconceituosas nas redes sociais, como alguns comentários que afirmavam que ela deveria ser de família rica para ter ido à Itália e que seus familiares também deveriam ficar em isolamento.
“Para mim, é incompreensível o quanto as pessoas destilaram ódio gratuito com a notícia”, declarou. “Deu negativo (Graças a Deus!), mas podia sim ter dado um positivo. Podia ser alguém da família de qualquer outra pessoa. Podia ser alguém que nem tirou os pés da cidade. Podia ser muita coisa, só não podia ser falta de respeito”.
Fonte: UOL
Créditos: UOL