Você conhece alguém que já teve Herpes Zoster? Tenho certeza que sim. Talvez você não saiba que aquela erupção avermelhada, cheia de pequeninas bolhas, que apareceu na região dos olhos do seu vizinho no inverno passado e lhe causou um grande incômodo, tivesse esse nome estranho. Na verdade você jurava que era só um “cobreiro“. Mas, não. O nome disso é Herpes Zoster.
Herpes Zoster é uma doença que acomete boa parte das pessoas após os 60 anos. A sua incidência aumenta progressivamente a partir dos 50 e após os 85 anos de idade, a estimativa é de que metade das pessoas já tenham tido um episódio dessa doença.
Quem já teve Herpes Zoster nunca se esquecerá. Essa condição, além da lesão na pele, causa dor, ardor e queimação no local. A dor costuma vir antes mesmo do aparecimento das lesões e, em alguns casos, as lesões se vão e a dor permanece por muito tempo, às vezes fica para sempre. Quando acomete a região dos olhos, pode causar dor de cabeça intensa e até prejudicar a visão, o que faz necessária uma avaliação oftalmológica com urgência. Mas, há uma boa notícia: essa doença pode ser prevenida.
A grande maioria de nós brasileiros é suscetível ao Herpes Zoster. Essa doença é causada pela reativação de um vírus que costuma ficar muito tempo “adormecido” nos nossos nervos. O nome desse vírus é Varicela-Zoster e ele é também o causador da famosa Catapora ou Varicela.
Então, a história é assim: você tem contato com o vírus da Catapora na infância, desenvolve ou não essa doença, o vírus vai morar em um gânglio nervoso próximo à sua coluna e, quando você tem uma queda de imunidade, ele acorda e taí a dor e as vesículas do Herpes Zoster.
Uma característica típica do Herpes Zoster é a forma de a erupção se manifestar, ela acomete uma faixa do corpo (dermátomo), normalmente no tronco ou no rosto, e se restringe a um lado apenas.
O grande problema do Herpes Zoster é a dor que persiste após o quadro agudo. Essa dor se chama neuralgia pós-herpética e é muito mais comum nos idosos do que nas pessoas abaixo dos 60 anos. Ela atrapalha muito a qualidade de vida e, frequentemente, torna a pessoa dependente de analgésicos para sempre.
O tratamento do Herpes Zoster é feito com analgésicos para controlar as dores e anti-virais para combater a infecção e evitar as complicações. A pele da região acometida deve ser mantida limpa para evitar as infecções secundárias por bactérias, que quando acontecem, complicam a situação.
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A prevenção do Herpes Zoster é feita através da preservação imunológica e da vacina. Existem condições que por si só atrapalham o sistema imunológico, como algumas doenças e o avançar da idade. Sabemos também que dormir bem, alimentar bem, praticar exercícios de forma moderada (exercícios exaustivos podem piorar a imunidade), evitar estresse e tratar a ansiedade excessiva, melhoram nosso sistema imunológico.
Vacinas
A vacina Zostavax é comercializada no Brasil desde 2014. Ela não é disponibilizada pelo SUS. Essa vacina é administrada em dose única, por via subcutânea, custa em torno de R$400,00, reduz o risco de desenvolvermos a doença em 40 a 70% (quanto mais velha a pessoa, menor é a eficácia) e de apresentarmos neuralgia pós-herpética em 65% e foi aprovada para ser administrada às pessoas com idade a partir dos 50 anos. A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia a recomenda a partir dos 60 anos. Eu recomendo entre os 60 e os 80 anos.
A Zostavax evita Zoster em muita gente que nunca a teve, evita novas crises em quem já teve, reduz a gravidade das crises e protege contra a neuralgia pós-herpética. Se você já teve um episódio da doença, ainda assim vale a pena receber a vacina, mas, nesse caso, você deverá esperar um ano para tomar. Ela não é indicada para todas as pessoas com mais de 80 anos, que tenham deficiências imunológicas (HIV, transplantados) ou que usem medicamentos que o deixam com a resposta imunológica prejudicada (corticóides e imunossupressores). Essas contra-indicações são uma grande pena, fica de fora quem mais precisa.
Desde 2018 já foi aprovada nos EUA uma nova vacina contra Zoster, a Shingrix. Essa vacina é administrada em duas doses, é mais eficaz (protege mais de 90% das pessoas que tomam a vacina) e tem menos efeitos colaterais, já que é composta de partículas virais mortas. Essa nova vacina parece ser segura e eficaz para ser administrada até idades mais avançadas, mas, ainda não está disponível no Brasil – aguardamos ansiosamente.
Então, o segredo para evitarmos o Herpes Zoster é cuidarmos do nosso sistema imunológico e nos vacinarmos. E, caso você perceba sinais iniciais da doença, procure um tratamento médico o mais rápido possível, quanto mais precoce for o tratamento, mais leve será o quadro e menos consequências a doença irá lhe causar.
Antes de tomar qualquer vacina, converse com seu médico e lembre-se, prevenir é sempre é muito melhor que remediar!
Fonte: Uai.com
Créditos: Uai.com
