Imagens do circuito interno de segurança de uma creche particular da Cidade Ocidental (GO), localizada no entorno do Distrito Federal, mostram uma cuidadora atirando uma criança de três anos ao chão. De acordo com a Polícia Civil, a mulher vai responder pelo crime de tortura.
O caso ocorreu no Ceei (Centro de Ensino Espaço Infantil Creche e Berçário) no dia 16 de janeiro. Mas só agora a família decidiu falar sobre o caso. Segundo a mãe da criança, o menino esteve na creche por apenas seis dias, no período das 8h às 12h.
“Até o terceiro dia ele adorava o lugar. No quarto dia não queria ir. Fazia um escândalo quando a gente deixava ele lá. No sexto dia, no carro, voltando para casa, ele disse que chorou e a que tia tinha batido na barriga dele. Depois disso não foi mais”, afirmou a mãe do menino.
Preocupada, a família decidiu encaminhar um áudio para a funcionária, identificada como Maria Selijania e conhecida como tia Seli. A mulher, segundo a mãe do menino, disse que a criança havia brigado com um coleguinha.
“Essa versão não nos convenceu porque meu filho tinha marcas de dedo no braço. E era dedo de adulto. Fomos à creche e depois de muitos questionamentos, a dona do local analisou as câmeras e vimos o que aconteceu. Pulei da cadeira e fiquei revoltada. Foi muito difícil”, disse a mãe.
O vídeo, assistido pelo UOL, mostra a funcionária pegando a criança pelo braço e a jogando no chão. Depois, deixa o menino sozinho e sai andando.
A mãe registrou um boletim de ocorrência contra a funcionária na delegacia da Cidade Ocidental. Segundo o delegado responsável pelo caso, Daniel Marcelino, a mulher responde em liberdade pelo crime de tortura.
“Nós encaminhamos o garoto ao IML, onde ele passou por exames. A funcionária veio até a delegacia e em um primeiro momento, negou que fosse ela que aparecesse nas imagens. Depois confessou que era ela, mas negou as agressões”, disse o delegado.
Se condenada, a monitora pode pegar uma pena 2 a 8 anos de cadeia, além de mais um terço da pena por se tratar de um crime contra uma criança. A mãe do garoto diz que quer justiça.
“Eu quero que ela seja presa o mais rápido possível. Toda minha família está traumatizada com isso. Meu filho está bem. Porém, ficou traumatizado e agressivo durante alguns dias. Nossa rotina foi toda afetada e evitamos de comentar esse assunto com ele”, disse a mãe.
Procurada pelo UOL, a diretora da creche, Regina Costa, disse que a funcionária trabalhou no local por sete anos e que o caso foi isolado. Ela também afirmou que a mulher não faz mais parte do quadro de funcionários.
“O assunto envolve interesses de incapazes e a escola não pretende se manifestar pois está realizando a defesa junto ao Poder Judiciário”, disse Regina.
O UOL também procurou o advogado da funcionária, mas não conseguiu contatá-lo.
Fonte: UOL
Créditos: UOL