Um trabalho de 12 anos, tirou a Viradouro do jejum de 23 anos
A escola Unidos do Viradouro foi a vencedora do carnaval do Rio de Janeiro, mas a Paraíba também levou um pedacinho do prêmio. Tudo isso porque uma das referências para a composição do samba-enredo foi a tese de doutorado de Harue Tanaka, professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Harue leciona no departamento de música da UFPB, no Campus de João Pessoa e nos contou qual o sentimento ao descobrir que seria referência para a Viradouro.
Após 23 anos Unidos do Viradouro é campeã do Grupo Especial de Escolas de Samba do Rio de Janeiro
O sentimento é de surpresa! Porque há 12 anos quando eu comecei a pesquisá-las, jamais imaginei que pudesse ser tema de um desfile de escola de samba e muito menos que chegaria a ser campeã daquele ano em que eu estaria desfilando. É algo inimaginável, até porque a escola saiu de um jejum de título de 23 anos, é algo surreal e eu ainda estou digerindo. Parece que estou vivendo um sonho!
O enredo “Viradouro de alma lavada” falou sobre o grupo das Ganhadeiras de Itapuã, quinta geração de mulheres que lavavam roupa na Lagoa do Abaeté e faziam outros serviços em Salvador em busca da compra de sua alforria.
Quando eu vi o samba enredo eu entendi com profundidade tudo o que estava acontecendo, eu vi meu trabalho, o que eu pesquisei estava ali, o sentimento é de uma realização plena.
Escola de Samba campeã do Rio se baseou em tese de doutorado de professora da UFPB
Após a confirmação de que esse seria o samba-enredo retratado pela escola, a professora foi convidada para participar do desfile, na ala dos convidados e nos contou como foi desfilar na Sapucaí.
Participar do desfile foi a concretização de algo que sempre que eu assistia, eu imaginava como poderia ser. Estar na avenida, entrar ali é uma sensação indescritível. Principalmente quando você vai entrando e vê o público em pé, cantando o samba enredo e batendo palmas para a escola, dá um nó na garganta, uma vontade de chorar muito grande.
Conheça Harue Tanaka
Prestes a fazer 50 anos, com 45 de carreira musical. Nasceu em São Paulo-SP, mas radicou-se em João Pessoa, desde 1 ano e 4 meses de idade. É musicista, música, pianista acompanhadora e professora/ educadora do Curso de Bacharelado em Música da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) onde se graduou em Piano e tornou-se especialista em Artes e mestra em Educação. Autora do livro “Diário de uma ritmista aprendiz” (2009); concluiu o doutorado em Educação Musical (2012) pela Universidade Federal da Bahia e Instituto Politécnico do Porto (IPP-Portugal) na Escola Superior de Música. Atua como instrumentista na Orquestra Sanfônica Balaio Nordeste e Fulô Mimosa, tocando sanfona; como maracatuzeira participa da Nação de Maracatu Pé de Elefante e do movimento feminista de baque-virado – Baque Mulher (tocando alfaia).
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba