Crise e entrevero na PM

Rubens Nóbrega

Como se não fosse pouca a segurança e muita a violência na Paraíba, parte da população tomou conhecimento ontem do que estaria em curso uma gravíssima crise no Alto Comando da Polícia Militar, apesar dos desmentidos cabais de seus protagonistas.
Um dos episódios marcantes dessa crise teria acontecido anteontem à tarde e por muito pouco, segundo informaram ao colunista, não descambou para luta corporal ou coisa pior entre o comandante geral e um dos mais bem referenciados coronéis da corporação.
Fontes da PM disseram que o entrevero ocorreu no Quartel-General da PM, na Capital, envolvendo o coronel Euller Chaves, comandante-geral, e o também coronel Carlos Américo, exonerado do cargo de comandante da Região Metropolitana mediante ato do governador publicado ontem no Diário Oficial do Estado.
Tudo teria se passado dentro do gabinete do comandante geral, durante reunião do Estado Maior. Em dado momento, segundo as mesmas fontes, Euller acusou Américo de estar tramando para derrubá-lo do posto. O acusado reagiu dizendo que aquilo era coisa da ‘insegurança’ de Euller, que estaria desenvolvendo teoria da conspiração.
Procurado, o comandante Euller desmentiu enfaticamente o incidente. Disse que a mudança no comando da Região Metropolitana foi decorrência normal de uma prerrogativa sua, de substituir ou manter auxiliares. Ouvi também o coronel Américo, mas ele esquivou-se de fazer qualquer comentário, limitando-se a dizer que concordava com a versão do comandante-geral.


Coronéis estariam preparando manifesto
Compreensível que Euller e Américo tentem preservar a instituição, mas os fatos me foram relatados por duas fontes distintas, das mais confiáveis e acreditadas, que conhecem e acompanham de perto a vida e as tribulações da PM sob o Ricardus I.
De qualquer sorte, tentei contato com o Doutor Cláudio Lima, secretário de Segurança Pública do Estado, para tratar da possível crise e do quase desforço físico entre coronéis no QG da Briosa, mas ele se encontrava voando de Brasília para Goiânia (GO), segundo informou a sua Assessoria de Comunicação.
Se tivesse falado com o homem, perguntaria ainda se ele tem conhecimento de um pretenso movimento de coronéis insatisfeitos que estariam preparando um manifesto contra o comandante-geral, conforme noticiou ontem o portal JampaNews, de João Pessoa. O documento estaria para ser entregue ao secretário e ao próprio governador Ricardo Coutinho.
A insatisfação concentrar-se-ia em desavenças entre oficiais, perseguições a subordinados, preterições e outros atos do gênero que o coronel Euller também nega peremptoriamente. Ele atribui tais informações ou boatos a pessoas interessadas em desestabilizar o seu comando por interesses escusos.
Val defende a privatização da Cagepa

O amigo Val acredita que só tem um jeito para a Cagepa: seguir o caminho da velha Saelpa, que foi vendida à iniciativa privada e virou Energisa. Confiram os argumentos em defesa da privatização. É com ele, a partir deste ponto.

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Caro Rubens, leio na imprensa, em especial no JP, que a Energisa, responsável pela distribuição e venda de energia no nosso Estado, obteve lucro líquido no semestre passado da ordem de 98%, um recorde entre todas as empresas do Grupo que a controla.
Quando Saelpa, empresa regida sob a égide da economia mista, com 51% das suas ações pertencentes ao Estado da Paraíba e o restante dos 49% divididos com o público privado, a empresa nunca sonhou obter tamanho êxito nas suas contas. Ao contrário, era deficitária, sem dinheiro para investir em equipamentos, cabide de emprego para apadrinhados políticos e de super-salários para seus diretores.
Terceirizava mão de obra especializada, locava equipamentos, a exemplo desses caminhões especiais usados numa simples troca de lâmpadas nos postes, como os da Avenida Epitácio Pessoa, por exemplo.
Objeto de piada na voz corrente popular, dizia-se em certa época da decadente Saelpa que se um cachorro mijasse na base de um poste João Pessoa ficava sem energia por dias e noites, numa alusão de que qualquer chuvinha fazia o sistema entrar em pane! E nos demais municípios? Ah! Era um “Deus nos acuda”, fruto da inoperância e dos maus serviços oferecidos à população!
Portanto, como eu sou partidário de que o Estado deve cuidar, prioritariamente, do tripé Educação/Saúde/Segurança, aí incluindo a Infraestrutura, acho que o caminho para salvar a Cagepa seria a privatização para tirar de vez a empresa do “buraco” em que se encontra, evitando assim tanto desgaste para o Monarca, que não precisa ficar medindo forças com o Legislativo, solicitando aval para empréstimos que, todos nós sabemos, não seria nem de longe a salvação da lavoura.
Que o Ricardus I espelhe-se nos resultados positivos obtidos pela Energisa, hoje uma empresa com um desempenho administrativo brilhante e com investimentos à altura da qualidade de energia que fornece.
Que a sugestão seja discutida em referendo popular!