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Varizes podem piorar no verão; veja como prevenir

Muito além de um fator estético, as varizes são veias superficiais dilatadas e tortuosas, mais comuns nos membros inferiores, que indicam problemas na circulação do sangue venoso. Durante o verão, a condição pode piorar devido às altas temperaturas, que contribuem para a dilatação desses vasos. Por isso, quem tem a doença ou tem predisposição deve ficar ainda mais atento nessa estação do ano.

A SBACV (Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular) estima que as varizes acometem em média 38% dos brasileiros, sendo 30% dos homens e 45% das mulheres. Segundo o cirurgião vascular Roberto Sacilotto, presidente da SBACV, mais de 50% dos casos estão associados ao fator genético —pessoas que têm um familiar com varizes têm mais chances de desenvolvê-las.

Embora seja mais comum acima dos 40 anos, a doença também pode atingir jovens na faixa dos 20 e 30, especialmente aqueles com predisposição genética.

O tipo de emprego também pode influenciar: trabalhar muito tempo parado em pé dificulta o retorno do sangue das pernas para o coração, aumentando a pressão venosa. Para reduzir esse risco, a solução é caminhar e movimentar as pernas sempre que possível.

A variação hormonal é outra causa, que explica a maior incidência da doença nas mulheres —especialmente durante a gestação. “Os picos de hormônio provocam uma dilatação das veias”, afirma Sacilotto. O excesso de peso também dificulta a circulação e favorece o aparecimento de varizes.

Riscos

De acordo com Nelson Wolosker, cirurgião vascular e vice-presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SP), pacientes com varizes podem enfrentar algumas complicações.

“O indivíduo pode bater a veia acidentalmente e provocar varicorragia, um sangramento no vaso, ou flebite superficial, caracterizada pela formação de um coágulo na veia. Isso causa muita dor e inchaço, levando o indivíduo a ficar de uma a duas semanas fora de suas atividades”.

As consequências mais graves ocorrem em pessoas com varizes muito grandes, que podem desenvolver úlceras varicosas (feridas na pele) e, em casos raros, trombose venosa profunda (acúmulo de coágulos nas veias).

“A trombose venosa profunda é uma condição gravíssima que provoca um inchaço em toda a perna. Se não for tratada rapidamente, corre-se o risco de os coágulos da veia profunda atingirem o pulmão, podendo levar à morte”, esclarece Wolosker.

Prevenção

Como a doença é progressiva e gera sintomas leves, o indivíduo pode demorar anos para descobri-la e tratá-la corretamente. Ela se manifesta por meio da sensação de peso nas pernas no final do dia e inchaço, mas o problema costuma incomodar apenas quando as veias ficam muito aparentes.

Para prevenir as varizes, recomenda-se que o paciente utilize meias elásticas de compressão para evitar a dilatação das veias; mantenha as pernas elevadas durante o repouso; evite ficar muito tempo em pé e pratique exercícios físicos, como caminhadas.

“No verão, o ideal é caminhar em temperaturas mais baixas, como de manhã ou no final da tarde”, alerta Roberto Sacilotto.

Ele ressalta, ainda, a importância de se procurar o especialista adequado —cirurgião vascular ou angiologista—, que irá avaliar todas as condições do paciente para indicar o melhor tratamento.

Quais são os tratamentos disponíveis?

“A cirurgia convencional, que extrai os vasos com pequenas incisões, é indicada apenas nos casos de veias mais salientes e tortuosas, que são bem visíveis na pele”, explica Sacilotto. O tempo de recuperação costuma ser de uma semana. No entanto, existem alternativas menos invasivas, como laser endovascular e radiofrequência, cuja recuperação é mais rápida.

Para veias menores, de até 3 milímetros, é possível utilizar a escleroterapia, que consiste em injetar um líquido a base de glicose na veia. “O produto irrita as paredes dos vasos, provocando seu fechamento e obstruindo a circulação sanguínea no local”.

Fonte: UOL
Créditos: UOL