A Casa Civil de Jair Bolsonaro cheira mal. Não é cheiro de queimado. Dessa vez, o odor é de sangue. O capitão decidiu submeter Onyx Lorenzoni a uma nova modalidade de suplício. Em vez de fritar, Bolsonaro submete o ministro a um processo de esquartejamento.
No início do governo, Onyx imaginou que exerceria no time de Bolsonaro o papel de craque do meio de campo. Concentraria os poderes de articulador político, revisor dos atos presidenciais e coordenador da Esplanada. Deu tudo errado. Nesta quinta-feira, Onyx foi enviado à enfermaria num instante em que se imaginava em férias.
No esplendor de suas ilusões, Onyx estimou que articularia uma tropa de cerca de 350 deputados, 42 acima dos 308 necessários para aprovar emendas constitucionais. Bolsonaro cortou-lhe um braço quando transferiu a coordenação política para um general: primeiro, Santos Cruz. Agora, Luiz Eduardo Ramos.
Na sequência, o presidente quebrou uma perna de Onyx ao privar a Casa Civil da atribuição de revisar projetos, medidas provisórias e decretos. Ex-subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, o advogado Jorge Oliveira foi promovido a ministro. Levou para a pasta da Secretaria-Geral a atribuição de revisor-geral.
Bolsonaro concluiu o processo de mutilação pelo Twitter. Num único post, o presidente pôs no olho da rua dois secretários de Onyx e amputou do rol de atribuições da Casa Civil a coordenação do PPI, o Programa de Parceria de Investimentos.
Onyx tornou-se um caso raro de ex-ministro no exercício do cargo. Não reúne condições mínimas de permanecer no governo. Ou retorna ao seu mandato de deputado federal ou entra na fila do INSS como postulante de uma aposentadoria por invalidez.
* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Polêmica Paraíba
Fonte: Uol
Créditos: Uol