O fato de o presidente demitir, num tempo recorde (acho que 24h), o seu melhor Secretário de Cultura, Roberto Alvim, o único realmente preparado ao cargo após décadas (palavras do próprio Bolsonaro ao apresenta-lo ao país), não altera em nada os objetivos nazifascistas desse governo que ai está! Roberto Alvim, acabou exonerado de forma relâmpago após postar um vídeo com formato e discurso inspirados no ministro da Propaganda Nazista de Hitler, Joseph Goebbels. Bolsonaro só o fez depois de ter sido pressionado pelo embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, que falou diretamente com o presidente para expressar o incômodo da comunidade israelense no Brasil com a fala do secretário, e isso, segundo matéria da jornalista Mônica Bergamo, da Folha, deve ter sido decisivo na exoneração do secretário.
A propósito disso, se a ideia do governo Bolsonaro de conquistar o respeito da população à sua forma confusa de governar é instaurando o medo num jogo de cena tenebroso e de absoluto mal gosto, no meio do povo – não restam mais dúvidas – está conseguindo! Os sinais estão sendo enviados em dozes homeopáticas e ao mesmo tempo cavalares, de tão absurdas que são!
São homeopáticas a partir do momento em que vai atirando sobre todos, medidas amargas e destruidoras, retirando direitos e aumentando gradativamente os índices de pobreza extrema no país. E são cavalares do ponto de vista do efeito devastador que vem causando a população que, infelizmente, está demorando a acordar! Tal letargia só pode ter uma explicação: no reino animal um morcego, ao atacar uma rês ou um cavalo, antes aplica-lhes a saliva que tem um efeito anestésico sobre o local em que o animal irá ser sugado e, talvez seja esse o mesmo processo que foi iniciado, ainda no governo Temer! Aliás, é o próprio Temer quem afirma ser, esse governo, uma continuidade do seu!
Brincadeiras à parte, os sinais são mais de alerta e medo e nos deixam – antes de qualquer coisa – a cada dia mais apreensivos! Todos os dias uma investida, uma novidade mais nociva que a anterior! Eu não sei se o terrorismo é apenas uma cortina de fumaça para encobrir a incompetência governamental em resolver os enormes problemas que vive o país cujo governo Bolsonaro fora eleito com a obrigação de soluciona-los imediatamente e não tem conseguindo, ou realmente trata-se de um projeto ardilosamente montado para destruir a nossa soberania e o nosso orgulho de nação independente! E o projeto ganha respaldo dia após dia e já é sucesso absoluto! Se observarmos melhor, cada membro do governo parece ter uma função estrategicamente definida. Vejamos por exemplo que sempre que o governo tem uma bomba a atirar sobre a população, surge uma “Damares” e solta uma pérola que tira totalmente a atenção e funciona como verdadeira cortina de fumaça! É impressionante esse sincronismo! Em apenas um ano administrado pelo pelotão liderado pelo Capitão, o Brasil contabiliza as perdas de direitos da população, a autoestima do povo cada vez mais baixa, o desemprego galopante, a economia em baixa e a subserviência de um país (antes altivo), é a prova maior desse sucesso de um projeto belicamente destruidor! O mal, infelizmente, triunfa e ninguém faz nada para detê-lo!
Então, só reforçando, se a ideia é impor o medo na população para adquirir respeito, o sinal mais recente dado, foi o discurso do Secretário Especial de Cultura, Roberto Alvim, ao parafrasear trechos do discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha nazista. “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo — ou então não será nada”. Não sei se por absoluta falta de talento, Roberto Alvim – revelando um péssimo gosto cultural – copiou grosseiramente um trecho do discurso de Goebbels. A citação, de Alvim que repercutiu nas redes sociais, ocorreu em vídeo que anunciava o Prêmio Nacional das Artes.
Mas o que pareceu para muitos – inclusive pra mim – falta de talento ou de conhecimento, é assustadoramente descartado quando observamos que, não foi só o discurso que chamou a atenção do mundo. A estética do vídeo, o enquadramento, cenário e trilha sonora, além da postura de Alvim, o tom de voz, o vocabulário e a maneira firme de falar, tornaram as comparações ainda mais evidentes. Sem falar que a música de fundo usada no pronunciamento do Secretário Especial da Cultura de Bolsonaro, foi um trecho da ópera Lohengrin, de Richard Wagner, compositor que tinha Adolf Hitler como fã.
No entanto, analisando um pouco mais friamente o episódio, é perfeitamente possível entender as palavras do, agora, ex-secretário, pois para quem ouviu do próprio Capitão, ao votar pela cassação da Presidente, Dilma Roussef, em 2016, justificou ser o seu voto “pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, (abominável torturador do período de ditadura) que foi o pavor de Dilma Rousseff.”! O mesmo que disse em 2008, que “o erro da ditadura foi torturar e não matar”. Então, cada novo assessor indicado vai sempre tentar agradar o chefe com frases de ódio e com a clara imposição do medo!
Estou escrevendo esse artigo e já sou informado pela imprensa nacional que, como prova de que o projeto demolidor não pode ficar desfalcado, um novo nome já foi convidado e já confirmou que aceitará o convite! A atriz Regina Duarte disse sim e dará continuidade ao processo! Por tanto, é bater na madeira três vezes e não baixar a guarda!
Então, são muitas as semelhanças e esse filme a humanidade já assistiu e a história também já reprovou! A verdade é que o mundo volta os olhos para o Brasil e assiste conosco a tosca opereta de terror que estamos vivendo, pois tudo me faz crer que isso é apenas parte de um plano maior, com grandes articuladores por trás, manipuladores de fantoches que ditam as normas cuja as regras podem ter sido criadas logo a partir dos resultados eleitorais de 2014! A organização foi minando as estruturas, tirando o brio de um povo, eliminando instituições e cortando direitos. Em seguida veio o espetáculo de “entrega” das reservas ao estrangeiro – a submissão aos EUA, as juras de amor e fidelidade de um governante que tem o dever de defender o seu país e que não cumpre o seu dever. Ao invés de demonstrar altivez, nos coloca de joelhos e, por fim, o loteamento do nosso patrimônio e das nossas riquezas para o capital estrangeiro! O pior disso tudo é ver lideranças políticas, ditas contrárias ao sistema, assistindo a tudo e deixando passar ao largo, a caravana do desmonte!
E é exatamente enquanto essas lideranças procuram uma saída buscando “chifre em cabeça de cavalo” e em nada se organizando, que o projeto que ai está, vai se fortalecendo cada vez mais, tomando corpo e acima de tudo, vai tomando o fôlego! O Brasil já não aguenta mais a dilapidação oficial e, assim, agoniza!
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Francisco Aírton