O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta sexta-feira (17) que o secretário nacional de Cultura, Roberto Alvim, deveria ser afastado do cargo após fazer um discurso sobre arte semelhante ao de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler, no governo nazista alemão.
Assim como Goebbels havia afirmado em meados do século XX que a “arte alemã da próxima década será heroica” e “imperativa”, Alvim afirmou que a “arte brasileira da próxima década será heroica” e “imperativa”. O discurso do secretário, divulgado em uma rede social na quinta (16), se referia ao lançamento de um concurso de projetos de arte. (Compare os discursos abaixo).
“O secretário da Cultura passou de todos os limites. É inaceitável. O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo”, escreveu Maia em uma rede social.
Nesta manhã, Alvim afirmou em post no Facebook que a semelhança entre as frases foi “apenas uma frase do meu discurso na qual havia uma coincidência retórica”. (Leia o post completo ao final da reportagem).
Discurso a atores x discurso sobre prêmio de arte
O discurso de Goebbels consta do livro “Joseph Goebbels: Uma biografia”, do historiador alemão Peter Longerich.
A declaração de Alvim foi dada em vídeo postado na página da Secretaria Especial de Cultura no YouTube nesta quinta-feira (16), para divulgar um concurso nacional de artes.
O vídeo ganhou grande repercussão nas redes sociais e tanto o nome do secretário Alvim quanto o de Goebbels foram parar entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil.
Compare os discursos:
Roberto Alvim
“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada”
Joseph Goebbels
“A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”
Fonte: G1
Créditos: G1