O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que o governo pretende aumentar o salário mínimo, cujo valor havia sido definido em R$ 1.039, para repor toda a inflação do ano passado.
Segundo o mandatário, o reajuste deve ser confirmado em uma reunião marcada para esta tarde com o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Apesar de ser pouco o aumento, quatro ou cinco reais, tem que recompor”, disse.
“Vou reunir com o Paulo Guedes agora à tarde e acho que a gente tem brecha para atender. A inflação de dezembro foi atípica por causa do preço da carne.”
Bolsonaro declarou ainda que, para cara real que for aumentado, o impacto financeiro seria de cerca de R$ 300 milhões —segundo cálculos da equipe econômica, o valor real é de R$ 319 milhões.
“A ideia é, no mínimo, isso aí [a recomposição]. Para cada um real, aumenta mais ou menos R$ 300 milhões no orçamento.”
O aumento do salário mínimo inicialmente fixado para este ano já havia sido sinalizado pelo Ministério da Economia. O tema foi discutido ontem um encontro entre Guedes e empresários. Ainda não há uma definição sobre como esse reajuste será operacionalizado.
Segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, uma das possibilidades é enviar uma sugestão ao Congresso, que ainda vai votar a medida provisória que fixa o valor do salário mínimo e pode fazer alterações no texto.
Para 2020, o Executivo considerou uma inflação mais baixa (3,86%) do que o percentual que foi anunciado oficialmente na última semana (4,48%). Pela projeção inicial, o salário mínimo passou de R$ 998 para R$ 1.039.
Se o governo optar pela recomposição de toda a inflação do ano passado, o mínimo pode chegar a R$ 1.045.
No Twitter, o presidente afirmou que o “nosso salário mínimo é pouco para quem recebe e muito para quem paga”. “Uma eterna discussão entre direitos e deveres”, escreveu.
Subsídio para igrejas
Bolsonaro também declarou hoje que “está apanhando e não decidiu nada ainda” sobre a possibilidade de conceder subsídio na conta de luz para templos religiosos de grande porte.
Ao deixar o Palácio do Alvorada, nesta manhã, ele reclamou das críticas que têm recebido: “Não sei por que essa fama de dar pancada em mim o tempo todo. Eu assinei o decreto? Então, por que essa pancada?”.
O mandatário também disse que não tem uma opinião para emitir à imprensa sobre a iniciativa em si. No entanto, a possibilidade de um subsídio na conta de luz das igrejas está sendo analisada a pedido do próprio presidente, segundo reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo”.
Uma minuta de decreto foi elaborada pelo Ministério de Minas e Energia e enviada para a pasta da Economia, mas a articulação provocou forte atrito no governo. Os técnicos rejeitam a medida, que vai na contramão da agenda do ministro Paulo Guedes, conhecido por defender a redução de benefícios desse tipo.
Embora o movimento seja para beneficiar templos religiosos de forma ampla, os evangélicos são o alvo da medida. A bancada desse segmento é hoje a principal base de sustentação do governo e Bolsonaro tem atendido suas reivindicações desde que assumiu a Presidência.
A influência de líderes evangélicos sobre o Palácio do Planalto é cada vez maior e o próprio presidente já disse que quer tê-los por perto na administração.
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Fonte: UOL
Créditos: UOL