A posse de Zezinho Botafogo (PSB) na Câmara Municipal de João Pessoa deixou outro ex-parlamentar de olho, na tentativa de sentar na mesma cadeira: Renato Martins. Segundo suplente na mesma coligação, ele afirmou que Zezinho não poderia assumir a vaga deixada por Tibério Limeira (PSB), já que tem implicações na justiça por causa da Operação Cartola e das supostas fraudes cometidas pelos clubes de futebol da Paraíba, além da ausência de prestação de contas, que culminaram com o fim do Programa Gol de Placa do Governo da Paraíba.
Para Renato, Zezinho Botafogo foi investigado enquanto dirigente do Botafogo da Paraíba nos dois casos. Inclusive na Operação Cartola, segundo Martins, o processo está sendo julgado e medidas cautelares impostas pelo Ministério Público da Paraíba não foram ‘relaxadas’.
“Eu acho que o Ministério Público deve se posicionar nos próximos dias. Na época, ele não estava vereador como está hoje e existem cautelares que não foram relaxadas. Uma delas, inclusive, impede que ele ocupe cargos públicos. Na ótica do Ministério Público, em pelo menos três artigos, o órgão solicita a condenação de Zezinho”, disse Renato.
Sobre cargos públicos, antes de voltar à Câmara Municipal de João Pessoa, Zezinho estava ocupando o cargo de Assessor de Gabinete no Departamento de Trânsito da Paraíba (Detran-PB) desde 25 de janeiro de 2017. Ele foi exonerado na terça-feira (7) e logo depois tomou posse como vereador.
O ex-parlamentar disse que o processo referente ao Gol de Placa envolve a falta de prestação de contas, o que para ele, tem influência direta na proibição de Zezinho assumir a cadeira na Câmara.
“O Gol de Placa envolve prestação de contas entre um ente privado, que é o Botafogo, e o Governo. Tem um envolvimento direto de recursos públicos e por isso é exigido que haja prestação de contas. E qual é a punição prevista para quem não presta contas ou desvia recursos públicos? Não assumir função pública. Questionei o Ministério Público, se mesmo com tudo isso, Zezinho tem condições de voltar à Câmara como vereador. Acredito que eles estejam mais a frente do que eu nas informações e principalmente se há condições para a posse ou não”, comentou.
Perguntado sobre uma possível ação de infidelidade partidária por parte do PSB, seu ex-partido, caso venha assumir uma vaga na Câmara de João Pessoa, Renato Martins se vale da jurisprudência criada recentemente pelo deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), que foi expulso do PSL.
“Eu fui expulso, não saí. Quando o partido expulsa, ele perde a autoridade sobre eleitos e suplentes, igualmente aconteceu com Alexandre Frota na saída do PSL para o PSDB. Sei que vão questionar, mas não tem fundamento”, ressaltou o suplente, que foi expulso do PSB em 2017, por ter se aliado ao então senador Cássio Cunha Lima (PSDB).
Fonte: Jornal da Paraíba
Créditos: Raniery Soares