Cerca de 40% dos brasileiros não sabem seu tipo sanguíneo, segundo uma pesquisa do Datafolha. Mas o que isso quer dizer exatamente para a saúde? Existe algum tipo de relação entre o tipo sanguíneo e a chance de ter alguma doença?
De acordo com o hematologista Dante Mário Langhi Júnior, a resposta curta para a última pergunta é não.
Ele explica que o tipo de sangue de uma pessoa não determinará a manifestação de uma doença ou condição médica, mas pondera que é possível haver correlação entre doenças e tipos de sangue.
A diferença, apesar de sutil, é relevante. Correlação quer dizer apenas que duas variáveis (consumo de café e risco de câncer de pulmão, por exemplo) podem estar relacionadas estatisticamente. Mas isso é muito diferente de causalidade, quando uma variável é responsável por outra (fumo e câncer de pulmão).
No caso dos tipos sanguíneos, apesar de haver alguma associação entre os tipos e a presença de doenças, não se pode dizer, com base no conhecimento atual, que exista relação de causalidade.
Segundo a Universidade da Pensilvânia (EUA), sangue A, B e AB está associado a um risco um pouco maior de ter doença nas coronárias. Problemas de memórias e câncer de estômago parecem ser mais comuns em pessoas com sangue AB.
Há quatro tipos de sangue, A, B, AB e O, que podem ser negativos ou positivos —o chamado fator Rh.
Mas por que isso importa? Receber sangue diferente daquele aceito pelo seu organismo pode ser fatal. Os antígenos presentes no sangue do doador podem ser reconhecidos como moléculas estranhas ao organismo pelo sistema imunológico do receptor.
Quem tem sangue tipo A não pode receber de quem tem o tipo B, e vice-versa. AB recebe de todos; O só recebe de O, mas pode doar para todos —por isso é chamado de doador universal.
Fonte: Folha de S.Paulo
Créditos: Folha de S.Paulo