A paralisação dos médicos do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena atinge os serviços de cirurgias torácica, vascular e cerebral. De um total de 600 médicos que trabalham na unidade, cinquenta estão parados, prejudicando o funcionamento de setores importantes e prioritários do hospital. Até o início da tarde deste sábado (28), somente o secretário de Estado da Saúde Geraldo Medeiros trabalhava nas ocorrências de cirurgias do tórax. Por meio de nota, a Secretaria de Saúde do Estado informou que há ‘risco iminente de mortes’ diante da paralisação.
As negociações ente o Governo do Estado e os médicos do hospital fracassaram. Os profissionais alegam falta de pagamento dos salários correspondentes aos meses de Novembro e Dezembro por parte do Instituto Acqua, a organização social que era responsável pela gestão pactuada da unidade até o dia de ontem. A gestão dos hospitais de Trauma de João Pessoa e o Geral de Mamanguape passaram para o Governo do Estado, hoje.
Apesar da paralisação de alguns setores, os médicos contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) decidiram continuar os atendimentos até o próximo dia 3 de Janeiro.
As cirurgias torácica, vascular e cerebral foram suspensas desde às 7h de hoje. Segundo o secretário Geraldo Medeiros, o Governo do Estado já transferiu ao Instituto Acqua o valor de R$ 10 milhões para os salários dos médicos e por isso não pode se responsabilizar pelo atraso no pagamento. Ao Polêmica Paraíba, ele justificou por que o Estado não pode arcar com o atraso dos salários.
“Tentamos através de uma reunião exaustiva de duas horas, a secretaria ofereceu o mesmo valor que eles recebiam da Organização Social, pagando através de Pessoa Jurídica (PJ), e eles não aceitaram porque a Acqua deixou de pagar dois meses e eles querem que o governo pague o débito, o que não é possível. Se eu fizesse isso, eu iria responder aos órgãos de controle, porque o Estado já pagou antes de ontem R$ 10 milhões e 200 mil”, disse o secretário.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado da saúde admitiu que ‘vê risco iminente de morte’ por causa da paralisação. Leia a seguir.
“À sociedade paraibana: a Secretaria estadual de Saúde lamenta profundamente a inexistência de diálogo e intransigência da cooperativa de neurocirurgia, cirurgia torácica e cirurgia vascular em relação à manutenção dos serviços prestados à população que recorre ao Hospital de Trauma Humberto Lucena de João Pessoa culminando com uma decisão precipitada de paralisação abrupta das atividades comunicada apenas 10 h antes de abandonar a população de João pessoa e gerar desassistência com risco iminente de morte de inocentes. Ressaltamos que a secretaria sempre se mostrou disposta ao diálogo e após uma exaustiva reunião de duração de duas horas prevaleceu mais uma vez a intransigência de alguns membros da cooperativa.a secretaria se comprometeu a remunerar o mesmo valor contratado pela gestão da os-890.000,00/ mês,numerário que poucos profissionais do país recebem.”
No início da tarde, também por meio de nota, a secretaria informou que pode acionar a Justiça para regularizar o atendimento no hospital. Leia a seguir.
A Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba vem atuando de maneira intensa e comprovadamente positiva no sentido de manter o amplo atendimento no Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, a despeito da atitude covarde da cooperativa médica que entrou em greve de maneira intransigente, imediatamente após reunião com o Secretário de Saúde onde restou assegurada contratação da mesma para continuidade na prestação dos serviços após encerramento do vínculo contratual com a Organização Social ACQUA e assunção da gestão hospitalar de forma direta pelo Estado.
O setor jurídico da Secretaria de Estado da Saúde encontra-se, inclusive, analisando todas as eventuais medidas e providências cabíveis para responsabilização da referida cooperativa, em sede de Poder Judiciário, Ministérios Públicos, Conselho Administrativo de Defesa Econômica, entre outros.
Já a cooperativa médica que presta serviços ao Hospital, a Neurovasc, informou que tem interesse na resolução do problema para que o atendimento volte à normalidade, mas com a condição de que o Estado assuma o pagamento dos salários em atraso. Confira a seguir.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba