FAÇAMOS VALER A NOSSA CAPACIDADE DE PENSAR
A capacidade de pensar está no exercício da inteligência resultando consciência crítica e convicções. O lamentável é que estamos abrindo mão desse dom concedido aos humanos. Estamos deixando que outros pensem por nós. Já nos ensinava Dom Hélder Câmara que: “a maneira de ajudar os outros é provar-lhes que somos capazes de pensar”.
Quando nos recusamos a pensar, ficamos vulneráveis à manipulação. O pior é que podemos ser vítimas de manipulações mal intencionadas. De repente nos vemos renunciando às próprias escolhas, por influências de quem se dispôs a pensar por nós. Sequestram a nossa mente, em favor de interesses que nos recusamos a compreender que não são os nossos.
Caindo em armadilhas silenciosas, passamos a acreditar nas falsas idéias, porque não nos preocupamos em fazer valer a nossa capacidade de raciocinar, questionar, contraditar. Quem não pensa por si próprio jamais poderá ser um revolucionário, como também nunca se sentirá uma pessoa livre. Passa a ser apenas mais um que integra a massa manobrada politicamente.
Se praticarmos a capacidade de pensar, diminuímos as possibilidades de nos tornarmos cegos encurralados ou robotizados. O fanatismo é consequência da falta do pensar por si próprio. Predomina o emburrecimento que nos leva às irresponsabilidades, por conta da irracionalidade.
Ao se colocar na posição passiva de aceitar tudo o que lhe é imposto, sem qualquer reação, o indivíduo esconde os poderes que tem dentro de si. Acovarda-se. Assume a condição de escravo de quem pensa por ele. Não sabendo ver o que lhe é conveniente, uma vez que se recusa a analisar situações.
“Penso, logo existo”, segundo o filósofo francês Descartes, procurando colocar a razão humana como única forma de existência. Ele nos ensinou a não aceitar nenhuma verdade, sem antes questioná-la.
Rui Leitão
Fonte: Rui Leitão
Créditos: Rui Leitão