Para falar de cachaça – e falar bem – não é preciso ir muito longe. Basta sentar à mesa com dois ou três amigos e logo o bate-papo acaba virando um fórum de discussão e as análises surgem naturalmente, como se ali estivessem estudiosos, profundos conhecedores do assunto e as discussões podem, inclusive, varar noites!
A Dornas Havana produz dornas e barris de variados tamanhos, dentro da capacidade de 1 a 60.000 litros.
Mas se quisermos entender o que é de verdade uma cachaça de qualidade e o seu verdadeiro significado, temos que pesquisar e recorrer a literatura para melhor entender, não é mesmo? Dados que acabam passando despercebidos e que seriam interessante estarem incorporados ao nosso conhecimento para formarmos melhor uma opinião! Afinal de contas, se a gente não se aprofunda e procura saber, como sentar a essa mesa em uma roda de amigos para discutir com segurança o assunto? Senão vejamos:
… “em aproximadamente 500 anos de história, a cachaça já foi chamada de muitas formas diferentes e no livro Todos os nomes da cachaça, como exemplo, do escritor Messias Cavalcante, são revelados oito mil nomes e dois mil sinônimos, dentre eles: branquinha, pinga, caninha, malvada…
– Cachaça adoçada – Dizemos quando adicionada uma quantidade de açúcares superior a 6 g/L e inferior a 30 g/L.
Que a Cachaça envelhecida – contém no mínimo 50% de cachaça ou aguardente de cana, envelhecidas em recipiente de madeira apropriado, com a capacidade máxima de 700 L por um período não inferior a um ano.
De acordo com o art. 53 do decreto nº 6.871/2009, cachaça é a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de trinta e oito a quarenta e oito por cento em volume, a vinte graus Celsius, obtida pela destilação do mosto fermentado de cana-de-açúcar com características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares até seis gramas por litro, expressos em sacarose.
Mais um produto de qualidade
Mas me informaram que – ao que parece – estaria surgindo uma novidade no mercado dos destilados na região mais produtiva de cachaça de qualidade na Paraíba, o Brejo paraibano. E a gente preferiu não esperar muito para descobrir e pôs o pé na estrada novamente para saber que novidade era essa! Fomos direto para a cidade de Areia, onde está sendo fabricada a cachaça ELITE e aproveitamos para saber tudo, conversando com o Dr. Neto Teixeira que, como não poderia ser diferente, nos contou tudo o que queríamos saber. Então senta aqui e vamos falar dessa novidade. Agora você e eu de volta a Rota da Cana!
Privilegiada na produção de excelentes cachaças, a região do Brejo paraibano volta a nos brindar com mais um produto de excelência, uma nova marca de cachaça – a Elite – que pelo zelo como vem sendo produzida em Areia, não demora e logo irá conquistar os mais apurados paladares paraibanos! Como já falei anteriormente, eu conversei com o Dr. Neto que não escondeu o entusiasmo em produzir um produto que, como nos conta na entrevista a seguir, era um sonho acalentado a bastante tempo! Então, sem mais demora, vamos saber tudo sobre a Elite que está chegando!
Cachaça Elite – Entrevista
Polêmica – O que lhe despertou a produzir a cachaça? Alambique próprio? Talento herdado da família? Ou é a região que inspira a produção de tantas boas outras cachaças?
Dr. Neto – Primeiramente, por ser apreciador de Cachaça e ter um sonho antigo de ter um engenho, mas o que mais pesou foi o fato de meu pai ter se aposentado e ter uma vasta experiência em usinas de cana de açúcar.
Polêmica – O nome Elite tem um motivo especial?
Dr. Neto – Desde quando entrei no curso de Direito, em 2004, decidi que um dia faria uma cachaça com o nome de Cachaça Elite.
Polêmica – O que a nova marca trás de diferente das demais concorrentes?
Dr. Neto – Nossa região é privilegiada na produção de cachaça, seja pela conjuntura histórica, climática. Estabelecemos um padrão de cachaça que vai desde a graduação aos cortes feitos na cabeça e calda, o que podemos definir como sendo peculiar do nosso engenho. Também prezamos pelo armazenamento em dornas 100% de inox e tonéis de madeira nobre, onde a cachaça descansa por um tempo mínimo de 6 meses, o que nos dá um alto padrão de qualidade. Além do mais, contamos com a assessoria do renomado e premiado Leandro Marelli, que é considerado uma autoridade em produção de Cachaça no Brasil. Então, costumo dizer que a nossa cachaça é padrão Leandro Marelli.
Polêmica – Onde está localizado o engenho?
Dr. Neto – Nosso Engenho está localizado na cidade de Areia, no Distrito de Mata Limpa.
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Polêmica – A fabricação é própria, com plantação local e engarrafamento no próprio engenho?
Dr. Neto – Nossa fabricação é própria, utilizamos cana própria e da região e iniciaremos ainda esse mês o processo de engarrafamento. Estamos produzindo desde o início deste ano e armazenando a cachaça durante um período determinado para que tenhamos um produto de qualidade superior.
Polêmica – Ha quanto tempo o senhor vem trabalhando na fabricação da Elite?
Dr. Neto – Iniciamos o projeto em Janeiro de 2018, momento em que eu estava de férias e degustava uma cachaça da região do Brejo. Nessa ocasião tomei a iniciativa de entrar em contato com a empresa Santa Efigênia (empresa onde compramos todos os equipamentos) e daí em diante não paramos mais. São mais de 2.500 metros de área construída.
Polêmica – Como, quando e onde pretende fazer o lançamento da marca?
Dr. Neto – Estamos aguardando apenas a liberação do selo fiscal junto à Receita Federal para iniciarmos as vendas. Faremos uma degustação no lançamento, que acontecerá no próprio Engenho, que dispõe de espaço para eventos.
Polêmica – Esse é um projeto solo ou existe uma sociedade?
Dr. Neto – É um projeto meu que estendi para o meu pai, que hoje administra comigo.
Polêmica – Existe um projeto para esse lançamento? Será a nível regional ou ela já nasce para atender a toda a Paraíba?
Dr. Neto – Inicialmente, nosso projeto é atender toda a Paraíba, do litoral ao Sertão.
Polêmica – Há, também, um projeto de distribuição já visando um futuro próximo? O que pretende fazer logo após lançar a marca no mercado?
Dr. Neto – Estamos com uma equipe formada para atender o mercado paraibano, bem como temos toda a logística montada. Contratamos uma empresa de marketing que vai nos auxiliar na expansão desse projeto.
Polêmica – Como pretende enfrentar a forte concorrência das excelentes marcas já existentes na sua região?
Dr. Neto – Acho que toda concorrência é saudável. Sabemos da dificuldade de entrar no mercado, mas acreditamos muito na qualidade do nosso produto como fator condicionante para o sucesso do mesmo.
A cachaça está para o Brasil, assim como…
A Paraíba, portanto, se consolida nesse mercado crescente de destilados, produzindo uma cachaça da melhor qualidade, conquistando cada vez mais, a atenção desse mercado que só cresce – não só na Paraíba – e toma conta do país e do mundo! Nos aprimoramos cada vez mais na fabricação da nossa cachaça e a tornamos um produto tipo exportação. E assim, num mercado macro, o mundo reconhece a cachaça como um produto legitimamente brasileiro, assim como o whisky é escocês e a tequila é mexicana – só para ilustrar! É por tanto, com esse entusiasmo que aguardamos ansiosos pelo novo produto!
Fonte: Por Francisco Airton
Créditos: Por Francisco Airton
