NOVAS FERRAMENTAS

SELEÇÃO POR WHATSAPP: Saiba como se beneficiar com a ferramenta na busca por vagas de emprego

Rede Burger King passou a selecionar os candidatos pela ferramenta; especialista dá dicas de como enviar currículo, como se comportar em entrevista pelo aplicativo e os cuidados com as vagas falsas.

A internet se tornou o principal meio para se candidatar a vagas de emprego, seja através do envio de currículos por e-mail, cadastro em sites especializados e das próprias empresas contratantes ou até de redes sociais. Nesse último caso, a facilidade da utilização do WhatsApp tem favorecido o uso da ferramenta para divulgação de vagas e até para seleção de profissionais.

O Burger King Brasil, por exemplo, passou a selecionar pelo WhatsApp candidatos de todo país para as vagas da rede de fast food em outubro. A empresa afirma que o objetivo é tornar o processo de recrutamento mais ágil e simplificado para os interessados nas vagas abertas na companhia.

“A ferramenta otimiza os processos de recrutamento da companhia e funciona como banco de currículos. Por meio do canal, os interessados recebem perguntas básicas sobre seu perfil e podem chegar a um encontro presencial pré-avaliado com os gestores das marcas Burger King e Popeyes”, explica Marcia Baena, diretora de Gente & Gestão do Burger King Brasil.

Veja como funciona o sistema de seleção da rede de fast food:

  • O candidato acessa o WhatsApp da rede (11 94317 6360) e cadastra seu perfil pelo chatbot; ele pode também escanear o QRCode fixado nas lojas da rede que também direciona o candidato diretamente para o chatbot;
  • As perguntas, que são específicas e direcionadas, são realizadas pelo robô, e a pergunta final para o candidato é se deseja anexar o currículo;
  • Os dados são enviados para o banco de currículos, que é acessado pelos restaurantes da rede;
  • Não é obrigatório anexar o currículo, o cadastro já é validado somente com as respostas e já fica no banco de currículos para contatos para as oportunidades em todo o Brasil;
  • Cada unidade tem acesso a uma base de candidatos próximos da sua localidade e pode filtrar os que mais se adequam ao perfil com os requisitos básicos para cada função;
  • O sistema funciona como um banco de currículos, não é destinado para uma vaga especifica.

“Os nossos restaurantes receberam a orientação de não receberem mais os currículos físicos e sim solicitar aos candidatos que se cadastrem via WhatsApp, escaneando o QRCode que direciona diretamente para o nosso chatbot”, diz Marcia.

Para as vagas de atendente, os candidatos devem estar cursando o ensino fundamental. No caso de coordenador, é necessário que estejam cursando ou tenham concluído o ensino superior. Já para as vagas de gerente, o requisito é ter o superior completo. As vagas para coordenador e gerente exigem experiência de no mínimo um ano na função e são para trabalhar no período diurno ou noturno. Já para os cargos de atendente, não é necessário ter experiência.

Reprodução de como funciona o chatbot das seleções pelo WhatsApp da rede Burger King — Foto: Divulgação

Reprodução de como funciona o chatbot das seleções pelo WhatsApp da rede Burger King — Foto: Divulgação

Ferramenta como rede de apoio a desempregados

De acordo com Eliane Tenorio de Brito, mentora em recolocação, master coach e hunter, o WhatsApp, assim como todas as outras mídias digitais (Facebook, Instagram e LinkedIn), está sendo maciçamente utilizado para a divulgação de vagas.

Segundo a consultora, a facilidade da utilização do WhatsApp devido ao uso do celular favorece a aplicação da ferramenta para criação de grupos de networking e de “correntes do bem” de apoio a desempregados.

Eliane, por exemplo, administra seis grupos de WhatsApp como uma ação voluntária, em que todos os integrantes podem postar vagas e os interessados fazem contato direto com o recrutador mediante orientações dos anúncios.

Além disso, ela utiliza o WhatsApp para divulgação de vagas específicas para seus clientes de hunting em um grupo fechado. Neste caso, somente as vagas mais estratégicas são compartilhadas a seus clientes.

“Considerando que cada grupo comporta até 256 pessoas, o WhatsApp contribui sobremaneira na recolocação de profissionais de todas as áreas”, afirma.

Para ela, os chatbots ainda são subutilizados pelos profissionais de RH, mas são uma grande tendência que facilitará os processos seletivos.

“Há solicitações de vídeos de candidatos gravados diretamente no celular e enviados via WhatsApp para os recrutadores que também ajudam muito na observação de alguns aspectos importantes como timidez, egocentrismo, autoafirmação e posicionamento”, diz.

Veja abaixo as dicas de Eliane para tirar o melhor proveito do WhatsApp na busca por emprego:

Como se apresentar

A apresentação do candidato deve ser sucinta, clara e resumida. É importante que ele faça uma contextualização de seu objetivo, sua trajetória profissional e vida pessoal em, no máximo, cinco ou seis linhas.

E se o candidato está tentando uma vaga específica é fundamental que deixe claro essa informação. Caso ele esteja enviando o currículo para uma oportunidade futura, é muito importante que ele especifique a sua área de atuação.

Envio do currículo

Primeiramente, deve-se perguntar à pessoa do outro lado se o currículo pode ser enviado pelo WhatsApp. Da mesma forma como deve-se pedir permissão antes de enviar áudios. Havendo autorização, o candidato poderá enviar seu currículo via WhatsApp.

Enviar currículos em grupos de vagas de forma aleatória e sem permissão é um “tiro no pé”, queima a imagem do candidato e acaba prejudicando sua recolocação.

O envio do currículo em PDF é mais seguro e mais fácil de abrir pelo celular, pois nem sempre se consegue abrir arquivos em outras extensões.

Além disso, os currículos devem ser claros, sem informações desnecessárias (referências, por exemplo), sem foto, com objetivos bem definidos, com excelente apresentação (é o cartão de visitas do candidato), com no máximo, duas páginas. E podem ser acompanhados por uma carta de apresentação, na qual o candidato faz o seu marketing pessoal.

Entrevista pelo WhatsApp

Se a entrevista for via Whatsapp, deve-se ter os seguintes cuidados:

  • testar a ferramenta com antecedência
  • verificar fundos (garrafas de bebidas ao fundo não é recomendado)
  • procurar um ambiente calmo e silencioso
  • cuidar da aparência como se fosse uma entrevista presencial
  • olhar para a tela do celular ou computador (olho no olho do recrutador)
  • evitar se movimentar demais ou desviar o olhar
  • treinar as possíveis perguntas e respostas com muita transparência e honestidade
  • chamar o recrutador pelo nome para criar “rapport” (conexão)

Uso de palavras-chave

Palavras-chaves devem ser usadas no objetivo principal do currículo, mas, principalmente, no assunto do e-mail quando essa via for utilizada. Facilitar ao RH a possibilidade de encontrar o seu currículo entre milhares de outros em sua caixa postal será um grande diferencial competitivo para sua entrada no processo seletivo.

Cuidado com a foto

Sua foto reflete muito sobre sua personalidade. Se você está em busca de recolocação e usa o WhatsApp para esse fim, cuide de sua foto de perfil com muito carinho. Jamais, em hipótese alguma, coloque fotos de biquíni (se for mulher) ou sem camisa (se for homem). Pense que sua foto vende sua imagem, capriche! E no quesito elegância, lembre-se sempre que o “menos é mais” – discrição é importante!

Cuidados com vagas falsas

Infelizmente é comum essa prática. O candidato deve, antes de qualquer coisa, ler com calma todos os requisitos da vaga. Se o link for estranho, procure contato direto com a empresa ou com quem publicou a vaga (no privado) para garantir a veracidade dos dados. E somente envie seu currículo caso tenha certeza dessa informação. Entrar no site da empresa pode ajudar a verificar se as informações procedem ou não. Veja mais cuidados apontados por Eliane:

  • Desconfie de anúncios de vaga sem o nome do cargo ou detalhes sobre as atividades, nome da empresa, etc;
  • Desconfie se receber pedidos de envio de documentos ou algum tipo de deposito para “garantir sua vaga”;
  • Verifique o domínio dos endereços e, se o e-mail for de algum provedor gratuito, tenha um pouco de cautela;
  • Links suspeitos também podem ser uma armadilha que passa despercebida pela grande maioria das pessoas que estão procurando por emprego. (ex: https://api.whatsapp.com/send?);
  • Em caso de dúvidas, melhor não enviar o currículo.

Fonte: G1
Créditos: G1