O sadismo, em sua definição sociopatológica, é classificado como uma perversão caracterizada pelo prazer – principalmente sexual – com a humilhação ou sofrimento alheio.
Sádico, Silvio Santos, destila semanalmente seu racismo e sua misoginia enquanto faz voar aviõezinhos com notas de reais para a plateia – um outro atributo do sadismo -, vestindo seu uniforme de bobo da corte, de um personagem com ares de inocência, quase infantilizado.
De bobo, no entanto, Senor Abravanel, que adotou a alcunha Silvio Santos para soar mais popularesco, não tem nada.
A concessão pública de TV usada para colocar em prática sua perversão é fruto de uma troca de favores na ditadura, usando contatos que teve quando frequentou a Escola de Para-Quedismo do Exército.
A amizade com Délio Jardim de Matos, então Ministro da Aeronáutica, foi usada para fazer uma negociata com o então ditador João Figueiredo. Abravanel – que também tinha um parente da primeira-dama, Dulce Figueiredo, entre os jurados de seu programa de auditório na Globo – promoveria a dupla Dom e Ravel, que valorizavam a ditadura em troca do apoio do ministro.
Além disso, ao lançar a então TVS (atual SBT), em 18 de agosto de 1981, Abravanel colocou na grade dominical, em meio ao seu Programa Silvio Santos, o folhetim “A Semana do Presidente”, em uma adulação deslavada do ditador que lhe concedeu a outorga da rede. O mesmo que tentou ressuscitar na era Jair Bolsonaro.
Senor Abravanel se disfarça na pele de Silvio Santos para destilar toda sua perversão pelo sofrimento do povo brasileiro. Lança aviõezinhos por uma mão, enquanto recebe bilhões de reais em polpudas verbas publicitárias do governo Bolsonaro pela outra – perdendo, atualmente, apenas para a Rede Record, de Edir Macedo.
Abravanel é um criminoso e exercita seu racismo e misoginia – com penas previstas em lei – semanalmente. E só pratica esses crimes na certeza da impunidade pelo sadismo autoritário que se esconde sob a máscara de bobo da corte de Silvio Santos.
Fonte: Revista Fórum
Créditos: Revista Fórum