O presidente da Associação Brasileira de Apoio Cannabis Medicinal (Abrace), Cassiano Teixeira, disse na tarde desta terça-feira, 03, que a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para comércio de medicamentos à base de Cannabis em farmácias “não é tão bom quanto parece”.
Em entrevista ao Polêmica Paraíba, Cassiano afirma que a votação realizada hoje não trata do cultivo da planta, “com a decisão, eles limitaram o uso de THC, não pode ter acima de 6%, só pode ser vendido em farmácia, eles não pensaram nas associações, não pensaram nas famílias, quem saiu ganhando foram as empresas que já estão no mercado importando, porque poderão ter o estoque no Brasil; as associações vão continuar lutando porque não saiu a regulamentação, se saísse a regulamentação para produção, ia prejudicar as associações”, disse.
“O que barateia é quando a produção é nossa, a Anvisa jogou para o Congresso, que tem mais de dois projetos de lei em curso, eles jogaram a responsabilidade para o Congresso, alegaram que não era responsabilidade da Anvisa”, pontuou.
Questionado se a votação altera o trabalho desenvolvido atualmente pela Abrace, Cassiano Teixeira afirmou que não, que o atendimento a 2.900 pessoas vai seguir e explicou que, mesmo com a autorização de venda dos medicamentos, nem todas as pessoas tem condições de comprar a um preço tão alto. A Abrace produz, hoje, cerca de 900 frascos de óleo a base de canabidiol por mês.
Comparando a situação do Brasil com outros países, Cassiano Teixeira disse que a regulamentação da Anvisa “é praticamente a única no mundo, em outros países não é um medicamento controlado, a OMS diz que é um produto natural, sem necessidade de controle, vendido até em supermercado”, afirmou.
Para Cassiano, resta ao Brasil “dar esse passo agora”.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Ívyna Souto