A corregedoria do Ministério Público vai abrir procedimento para investigar suposto pagamento de propina feito pelo doleiro Dario Messer ao procurador Januário Paludo, da Lava Jato no Paraná. A informação foi confirmada pela PGR (Procuradoria Geral da República) na manhã deste sábado (30.nov.2019) ao Poder360.
Em mensagens trocadas com a namorada em agosto de 2018, Messer –considerado o doleiro dos doleiros– cita o integrante do MP como 1 dos destinatários do suborno pago pelo criminoso em troca de proteção. Reportagem do Uol descreve relatório da Polícia Federal referente à operação Pátron, última fase da Lava-Jato no Rio de Janeiro.
Messer diz a Myra Athayde nos diálogos interceptados pela PF que uma testemunha de acusação se encontraria com o procurador. “Sendo que esse Paludo é destinatário de pelo menos parte da propina paga pelos meninos todo o mês.” Os “meninos” seriam Claudio Barbosa e Vinicius Claret, que teriam trabalhado com Messer em operações de lavagem de dinheiro.
Barbosa e Claret disseram em depoimentos ter pago US$ 50 mil por mês ao advogado Antonio Figueiredo Bastos em troca de proteção na Polícia Federal e no Ministério Público. Bastos, que nega qualquer repasse de propina a autoridades, teria advogado para Messer, segundo a reportagem do Uol.
A PF classificou as trocas de mensagens como “graves”, em relatório produzido em outubro. Antes, depois das delações de Barbosa e Claret, a força-tarefa da Lava-Jato abriu uma investigação específica sobre o caso. Messer, ao ser chamado para depor, permaneceu em silêncio.
Eis a íntegra da nota da força-tarefa da Lava Jato sobre o caso:
Em relação à matéria do UOL divulgada nesta madrugada, os procuradores da força tarefa da Lava Jato informam que:
1. A ação penal que tramitou contra Dario Messer em Curitiba foi de responsabilidade de outro procurador que atua na procuradoria da República no Paraná, o qual trabalhou no caso com completa independência. Nem o procurador Januário Paludo nem a força-tarefa atuaram nesse processo.
2. O doleiro Dario Messer é alvo alvo de investigação na Lava Jato do Rio de Janeiro, razão pela qual não faz sequer sentido a suposição de que um procurador da força-tarefa do Paraná poderia oferecer qualquer tipo de proteção.
3. As ilações mencionadas pela reportagem de supostas proprinas pagas a PF e ao MP já foram alvo de matérias publicadas na imprensa no passado e, pelo que foi divulgado, há investigação sobre possível exploração de prestígio por parte de advogado do investigado, fato que acontece quando o nome de uma autoridade é utilizado sem o seu conhecimento.
4. Em todos os acordos de colaboração premiada feitos pela força-tarefa, sem exceção, os colaboradores têm a obrigação de revelar todos os fatos criminosos, sob pena de rescisão do acordo.
5. Os procuradores da força-tarefa reiteram a plena confiança no trabalho do procurador Januario Paludo, pessoa com extenso rol de serviços prestados à sociedade e respeitada no Ministério Público pela seriedade, profissionalismo e experiência.
Fonte: PODER360
Créditos: PODER360