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MEC confirma que fotos do Enem vazaram antes do fim da prova

Weintraub minimizou o caso, disse não se tratar de vazamento e afirmou que o responsável já foi identificado. Segundo o ministro, o homem de 18 anos terá que responder a processo.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, confirmou neste domingo (10) que um candidato do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) tirou fotos da prova e enviou em grupos de WhatsApp antes das 18h, quando é possível levar o caderno de questões para fora da sala.

Weintraub minimizou o ocorrido, disse não se tratar de vazamento e afirmou que o responsável já foi identificado. Segundo o ministro, o homem de 18 anos terá que responder a processo.

“Vamos qualificar, não é um vazamento interno, não tem nada a ver com o Enem. Isso não teve nada a ver com a estrutura em si. Indivíduos estatisticamente irrelevantes antes do final da prova se comportaram de maneira inadequada”, afirmou o ministro. “Foi divulgada antes do prazo mas sem comprometer em nada.”

Fotos da íntegra do Enem circularam em grupos de WhatsApp a partir das 16h30. Os candidatos só podem deixar a sala com a prova a partir de 18h. O caso foi revelado pelo jornal O Globo.

“É um garotão de 18 anos que vai ter que se explicar toda vez que fizer uma entrevista de emprego por que ele tentou sabotar o Enem naquele dia”, afirmou Weintraub, que não quis informar o local de prova onde aconteceu o vazamento.

O ministro classificou como mais grave o caso ocorrido no primeiro dia da aplicação da prova, em que houve vazamento de uma foto da prova em Fortaleza às 15h. Ele disse que duas aplicadoras são investigadas sobre o caso e que “ao menos uma é culpada”.

Segundo Weintraub, a aplicadora seria militante e planejou o vazamento antes do dia da prova. “O que ela fez foi terrorismo”, afirmou.

Ele classificou a prova de 2019 como um sucesso. A taxa de abstenção por dia foi a menor desde 2009, quando o exame começou a ser aplicado em dois dias: foram 23% no primeiro dia e 27,2% no segundo dia (em 2015, a taxa foi apenas um pouco menor, de 27,3% no segundo dia).

Neste ano, porém, o número de candidatos eliminados subiu. Foram 747 desclassificados por diversos motivos, como uso indevido de eletrônicos, recusa de se submeter à biometria e falha de seguir orientações dos fiscais.

Em 2018, foram apenas 137 eliminados nos dois dias. Em 2019, o MEC instituiu uma nova regra para celulares, segundo a qual qualquer som emitido por aparelhos eletrônicos, mesmo os lacrados, causa a eliminação dos candidatos.

Sobre as questões consideradas por professores como mais conteudistas e próximas à Fuvest (vestibular aplicado pela USP), o ministro disse que não houve direcionamento e que elas são escolhidas a partir de um banco de questões. Afirmou ainda que isso não deve ser uma tendência a ser seguida pela prova nos próximos anos.

Fonte: Folha de S. Paulo
Créditos: Folha de S. Paulo