Nos três amistosos desde o título na competição continental, os empates foram contra Colômbia e Senegal e uma derrota para o Peru. Depois do resultado de quinta, Tite reconheceu o princípio de pressão. Algo que considera normal pelas circunstâncias.
Contra os senegaleses, Tite foi conservador nas experiências. Escalou, nome por nome (com exceção do lesionado Alisson) o time considerado titular, repleto de atletas experientes. Promoveu, por poucos minutos, a estreia de Matheus Henrique, volante do Grêmio, um dos atletas do Brasileirão convocados, e Renan Lodi.
Para reagir com uma vitória amanhã, o lógico para Tite seria escalar novamente um Brasil com força máxima. Diante dos poucos testes na quinta, entretanto, há também uma expectativa de mudanças no time. O equilíbrio entre testes e resultados foi assunto na entrevista coletiva de Casemiro ontem – o volante reconheceu a queda de desempenho, mas citou a necessidade de dar oportunidades a todos os atletas.
“Sabemos que nosso jogo não é esse, principalmente do que estávamos jogando, principalmente na Copa América, sempre querendo jogar um bom futebol. Sabemos que não jogamos esses amistosos na altura que podíamos, talvez contra a Colômbia sim, no segundo tempo, jogamos como vínhamos jogando. Somos uma grande equipe, temos potencial para jogar melhor, mas também é importante ter plantel maior, conhecer jogadores. Aconteceu depois do Mundial isso”.
Um caso particular é dos atletas que atuam no Brasil, em especial Weverton (Palmeiras), Gabigol e Rodrigo Caio (Flamengo), que desfalcam seus clubes em plena briga por título brasileiro e vaga na Libertadores. Há ainda uma expectativa extra sobre o atacante do Flamengo, artilheiro do Brasileirão e reconvocado após três anos de ausência da seleção.
No total, os atletas podem desfalcar seus clubes em até três rodadas do campeonato nacional. Remover as principais estrelas da competição para que assistam do banco de reservas aos amistosos da seleção certamente será combustível para o já intenso debate sobre o calendário brasileiro e a necessidade de convocar para amistosos atletas que atuam no país.
Mas há um terceiro fator a ser considerado. Se optar por testar os jogadores nacionais amanhã, Tite diminuirá a chance de que estejam em condições de atuar por suas equipes na rodada de quarta-feira – depois do confronto contra os nigerianos, há pela frente uma longa viagem de Cingapura até o Brasil, com todas as questões relativas a recuperação e fuso horário. Na entrevista coletiva de hoje, falou sobre a pressão para escalar os “brasileiros”.
“Não posso dizer. Seria leviano e demagogo de fazer média com o torcedor. Vamos tentar olhar o jogo. Sei que tem o apelo da equipe do Flamengo; até outros atletas ainda poderiam ser convocados, então não vou entrar no mérito. Temos Rodrigo Caio e ele [Gabigol] retornando, isso já traz valorização importante. O treinamento e as conversas já permitem a evolução, então não quero ser falso simpático e depois a coisa não se apresentar”.
Qualquer que seja a decisão de Tite, e independentemente do resultado de amanhã, é quase certo que o comandante terá que lidar com críticas. A partida diante da Nigéria será às 9h, no Estádio Nacional de Cingapura.
FICHA TÉCNICA
BRASIL X NIGÉRIA
Local: Estádio Nacional, em Kallang (Cingapura)
Data/Hora: 13 de outubro de 2019, às 9h (de Brasília)
Transmissão: Globo e SporTV
Brasil: Ederson, Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Renan Lodi; Casemiro, Arthur, Neymar; Gabriel Jesus, Roberto Firmino e Everton. Técnico: Tite.
Nigéria: Uzoho, Troost-Ekong, Ajayi, Collins, Shehu, Etebo, Ndidi, Ramon Azeez, Iwobi, Chukwueze, Osimhen. Técnico: Gernot Rohr
Fonte: UOL
Créditos: Pedro Lopes