Qual é a função das listras das zebras? Muitos cientistas já se perguntaram isso, e várias hipóteses já foram levantadas: camuflagem, confundir predadores, sinalização para animas da mesma espécie, regulação térmica e evitar picadas de insetos.
Vários estudos indicam que pelo menos uma dessas hipóteses está correta: evitar picadas de insetos. Pesquisas já mostraram que as moscas da família Tabanidae, conhecida popularmente por mutuca, evitam pousar em superfícies nas cores preta e branca.
As moscas, além de perturbar a vida selvagem, também são uma praga séria para gado, que afetam o comportamento dos bois e até causam perdas econômicas para o produtor. As picadas afetam a alimentação e o período de descanso do gado, e o deixa agitado, balançando a cabeça, batendo os pés e abanando o rabo, na tentativa de se livrar das incômodas moscas.
Na tentativa de evitar as picadas, os bois também se amontoam uns perto do outros, o que causa estresse por calor e aumenta o risco de se machucarem e serem pisoteados. Tudo isso reduz o ganho de peso dos animais e a produção de leite das vacas leiteiras, afetando economicamente a produção. Estima-se que o impacto econômico da perturbação dos insetos chegue a cerca de US$ 2 milhões por ano nos Estados Unidos.
Pensando nisso, cientistas do Aichi Agricultural Research Center, no Japão, tiveram uma ideia inusitada: já que as moscas não gostam de listras, por que não pintar vacas com elas, imitando a padronagem de uma zebra? “Até onde sabemos, esse é o primeiro estudo a testar esse efeito”, dizem os autores no artigo.
O resultado foi que a vaca pintada com listras brancas recebeu a metade da quantidade de picadas do que os animais não pintados e também apresentaram menos comportamento agitado para espantar as moscas.
Normalmente os produtores usam inseticidas para controlar as pragas, mas as moscas desenvolvem resistência a eles com o tempo. “Esse pode ser um método prático e uma alternativa amigável ao meio ambiente para controlar as picadas de moscas, sem o uso de pesticidas na produção animal”, afirmam os autores.
Fonte: Meia Hora
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