A primeira rota rural nacional, aconteceu em São Paulo, na região de Mococa, ainda nos fins dos anos 80, reunindo algumas das mais tradicionais propriedades rurais que ofertava cavalgadas, hospedagem, dia no campo e gastronomia típica. E para que ninguém esqueça, para ser realmente turismo rural há que se ter cheiro de terra e utilizar os recursos culturais do território rural que levem a viagens, ao universo ambiental, histórico, artístico e vivencial, e que também permita a integração com o cotidiano da roça e a lida do campo.
A Paraíba vive atualmente uma realidade cada vez mais avançada em seus vários aspectos. Mas é no turismo rural que o Estado tem se evidenciado. O Brejo Paraibano é um exemplo disso e se destaca nesta realidade em comunidades do município de Areia e no Carirí Oriental com experiências bem-sucedidas de convivência com o Semiárido, desenvolvidas por agricultoras e agricultores rurais, jovens, artesãs e artesãos voltadas para a preservação de recursos naturais, produção associada ao turismo e a preparação de alimentos a partir da diversidade de produtos da região. Aqui, as atividades do turismo rural contam um pouco da história do seu povo, desde as tradicionais cachaças produzidas em engenhos da época de um Brasil Imperial até as produzidas em pequenas propriedades de agricultura familiar com esmero e carinho, mas principalmente em comunidades rurais.
No Brasil, a primeira rota rural nacional, aconteceu em São Paulo, na região de Mococa, ainda nos fins dos anos 80, reunindo algumas das mais tradicionais propriedades rurais que ofertava cavalgadas, hospedagem, dia no campo e gastronomia típica. A realidade do negócio “Turismo Rural” é propulsora na regionalização do turismo uma vez que, além de valorizar os elementos rurais, diversifica a economia regional, pelo estabelecimento de micro e pequenos negócios; diversificando a oferta turística; gerando novas oportunidades de trabalho e agregando valor ao produto primário por meio da verticalização da produção.
Uma nova tendência global
Pelo menos 3% de todos os turistas do mundo orientam suas viagens para o turismo rural, segundo dados da Organização Mundial do Turismo (OMT) que estima o Turismo Rural, um segmento com grande potencial. É, na verdade, uma nova tendência global e apresenta um crescimento anual de aproximadamente 6%. A rota dos engenhos do brejo paraibano foi apresentada a guias turísticos do RN, que visitaram recentemente sete cidades durante três dias. O grupo passou pelas cidades de Bananeiras, Serraria, Areia, Alagoa Grande, Pirpirituba, Duas Estradas e Guarabira.
E cada cidade tem a sua história e a sua importância a serem apresentadas, a serem contadas a quem esteja interessado em visita-la! Senão vejamos: “A histórica cidade de Areia foi a primeira da Paraíba a ter seus monumentos protegidos como Patrimônio da Cultura Nacional, também foi o primeiro município no Brasil a libertar seus escravos, antes mesmo da Lei Áurea. E é lá que está localizado o engenho Vaca Brava. São mais de cento e cinquenta anos produzindo cachaça e contribuindo para a riqueza da história da cultura canavieira”. Há muito o que se ver e muito, ainda, o que se explorar em se tratando de beleza viva!
“Visitar os engenhos de cana de açúcar ainda em atividade no brejo paraibano e, ao mesmo tempo, conhecer o roteiro composto por cidades históricas e que ainda possuem o charme e a simplicidade do meio rural. Este foi o objetivo do Sebrae Paraíba ao levar 47 guias de turismo do Rio Grande do Norte para conhecerem o brejo paraibano e sua rota dos engenhos, com o propósito de vender o roteiro a turistas que, cada vez mais, demandam pelo nicho rural”.
Mas é preciso entender melhor o que é esse Turismo Rural. Tem que ter cheiro de terra e utilizar os recursos culturais do território rural que levem a viagens, ao universo ambiental, histórico, artístico e vivencial, e que também permita a integração com o cotidiano da roça e a lida do campo.
As matas, a tranquilidade e o clima
Turismo rural é manter a valorização territorial, a preservação das raízes rurais, a sua autenticidade, a harmonia e sustentabilidade ambiental e a identidade, sempre mantendo o envolvimento da comunidade local. É, ainda, aumentar os postos de trabalho e a renda; valorizando as diferenças regionais, promovendo e divulgando a riqueza do patrimônio cultural e natural presentes nos espaços rurais, diminuindo as distancias entre as pessoas da cidade e do campo, facilitando ao visitante a convivência com a natureza.
Existe um nicho de mercado em expansão voltado ao turismo rural, principalmente se o roteiro inclui diferenciais como engenhos de cachaça, serras e trilhas. Os próprios turistas pedem essas rotas. No brejo paraibano, além de se atender esta demanda de um turismo mais simples e rural, os engenhos ficam próximos uns dos outros, facilitando a logística e praticidade das visitações. O roteiro também se destaca pelo acolhimento e gastronomia regional.
Na cidade de Areia, mais precisamente na comunidade Vaca Brava, a grande opção de hospedagem é a Pousada Vaca Brava, de propriedade de Fernando Gondim, que a 70 anos vive ali, onde tem transformado a pousada num grande empreendimento em que alia prazer e negócios, e consegue receber bem os seus visitantes, mantendo um relacionamento tão próximo com o turista, transformando tudo num ambiente mais aconchegante, bem mais familiar, até!
Em entrevista concedida ao jornalista Gutemberg Cardoso, o seu Fernando disse que o que seduz esse turista ao chegar a Pousada Vaca Brava é “olhar as matas, ter a tranquilidade e sentir o clima”, isso sem falar da proximidade que os proprietários procuram manter com eles. A cachaça de excelente qualidade (tanto a cachaça vinda de Minas, através do empresário Edson Soares, da Dornas Havana, quanto a própria cachaça local, a Matuta, bem próxima da pousada, cerca de 500mt e produzida pelo Engenho Vaca Brava) é outro grande atrativo. “Quem vem visitar o engenho, ou se hospeda na pousada ou já fica lá no restaurante para almoçar”! Assegura.
A região vem se tornando mais atraente, à medida que vem crescendo o gosto do turista por este modelo mais brejeiro e mais sertanejo de se aventurar! Segundo, ainda, Fernando Gondim, o turismo demorou um pouco a chegar a região, “mas agora já está se desenvolvendo muito bem”. Diz bem mais confiante!
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VEJA A ENTREVISTA COM FERNANDO GONDIN:
Fonte: Por Francisco Airton
Créditos: Por Francisco Airton