150 países

Greve global pelo clima leva milhares de manifestantes às ruas contra mudanças climáticas

Atos contra o aquecimento global ocorrem em 150 países, incluindo o Brasil, de acordo com os organizadores. Mais de 5 mil protestos são esperados, em uma sequência que deve terminar com uma manifestação em Nova York, Estados Unidos

A greve global pelo clima – que ocorre nesta sexta (20) em 150 países, incluindo o Brasil –, leva milhares de manifestantes às ruas. Eles exigem medidas concretas para frear as emissões de gases causadores do efeito estufa e combater o aquecimento global, informa a organização dos atos.

Multidões se reúnem em pontos turísticos como o Portão de Brandemburgo, em Berlim, a Abadia de Westminster, em Londres, e a Candelária, no Rio de Janeiro.

O maior ato é esperado em Nova York (Estados Unidos), onde ocorrerá a Cúpula pelo Clima da ONU na segunda-feira (23).

Dentre as principais pautas dos manifestantes estão as queimadas na Floresta Amazônica e na Indonésia, o aumento das temperaturas médias causado pelo aquecimento global e a redução das emissões de gás carbônico.

Jovens ativistas do clima como a sueca Greta Thunberg são expoentes nos protestos.
Personalidades como o ator Leonardo DiCaprio e Dalai Lama convocaram manifestantes pelas redes sociais.

As manifestações ocorrem um dia antes da Cúpula pelo Clima, da Organização das Nações Unidas (ONU), que deverá ocorrer de 21 a 23 de setembro, em Nova York.

Desde 2018, Greta falta às aulas nas sextas-feiras para protestar pelo clima. A iniciativa rendeu a indicação ao Prêmio Nobel da Paz e fez com que diversas outras greves se espalhassem pelo mundo. No Brasil, ao menos duas mobilizações tiveram repercussão nacional, uma em março e outra em maio deste ano.

Para esta sexta, estão programados mais de 5 mil eventos em todo o mundo em 150 países, incluindo o Brasil, em uma sequência que deve terminar com uma manifestação em Nova York.

Segundo especialista, 2020 é visto como o ano chave no combate ao aquecimento global, para que governantes tomem medidas para manter o aumento das temperaturas médias globais abaixo de 1,5ºC até o final deste século, e as emissões de dióxido de carbono (CO2) reduzidas em 45% até 2030.

Apoio

O líder espiritual dos budistas tibetanos, Dalai Lama, publicou uma mensagem na sua conta oficial do Twitter apoiando as manifestações. “Esta é provavelmente a geração mais jovem que tem sérias preocupações com a crise climática e seus efeitos no meio ambiente. Eles estão sendo muito realistas sobre o futuro. Eles veem que precisamos ouvir os cientistas. Nós devemos encorajá-los.”, afirmou.

O ator Leonardo DiCaprio publicou nas redes sociais uma convocação para que seus seguidores participem das manifestações onde estiverem. “Vamos pedir o fim da era dos combustíveis fósseis”, disse.

O ator australiano Chris Hemsworth, que entre outros filmes fez o personagem Thor em alguns longas da franquia Marvel, publicou um vídeo em sua conta no Instagram em que aparece em meio à manifestação. “A crise climática está sobre nós. As crianças entendem a ciência básica de que, se continuarmos a poluir o planeta, as mudanças climáticas piorarão e elas não terão futuro”, escreveu.

A atriz francesa Marion Cotillard também se manifestou convocando seus fãs a participarem da mobilização geral em Paris pelo clima e justiça social.

Brasil

No Rio, eles ocuparam as escadarias da Assembleia Legislativa para pedir o fim das queimadas na Amazônia e medidas de proteção ao meio ambiente. O Museu do Amanhã manifestou apoio e preparou atividades educativas sobre as mudanças climáticas.

Em Belo Horizonte (MG), os manifestantes também fizeram um ato em frente à Assembleia Legislativa estadual. A a escadaria deu lugar a globo terrestre, que lembra a necessidade de proteger os recursos do planeta.

Em Fortaleza (CE), os estudantes se reuniram na Praça Luíza Távora. A principal reivindicação dos manifestantes é a implantação de indústria menos poluente que as termelétricas.

Em Maceió (AL), os manifestantes pediram o fim das queimadas na Amazônia e no Centro-Oeste.

No Recife (PE), estudantes fizeram um mosaico humano com a frase ‘salvem o planeta’.

Em Salvador (BA), estudantes e professores levaram cartazes com dados das queimadas na Amazônia durante o ato no Largo do Campo Grande.

Austrália

Na Austrália, crianças e jovens da região do Pacífico se reuniram nas ruas para se manifestar. De acordo com a rede CNN, os organizadores disseram ter atraído mais de 300 mil pessoas em mais de 100 cidades.

Melbourne teve o maior protesto, com 100 mil pessoas, segundo os organizadores citados pela CNN.

Em Sidney foram 80 mil e em Brisbane, 30 mil. Não há informações sobre números divulgados pelas autoridades destes locais.

África do Sul

Na África do Sul, houve registro de manifestações em Cape Town e Joanesburgo.

Alemanha

Na Alemanha, a manifestação atraiu cerca de 80 mil pessoas, segundo os organizadores. Manifestantes subiram sobre blocos de gelo embaixo de uma forca improvisada para alertar sobre os riscos do aquecimento global. O protesto ocorreu em frente ao portão de Brandemburgo, em Berlim.

De acordo com a AFP, nesta sexta os partidos da coalizão do governo da Angela Merkel chegaram a um acordo sobre a estratégia climática, que inclui medidas para diminuir as emissões de gás carbônico e uma verificação anual das taxas.

A AFP informa que estão previstos investimentos de pelo menos 100 bilhões de euros até 2030. Paralelamente, pretende-se acelerar o desenvolvimento de energias limpas (solar, eólica ou biomassa), subindo a 65% em 2030 contra 40% atualmente.

Bolívia

Em La Paz, na Bolívia, a principal pauta dos manifestantes é contra os incêndios florestais no país, que foi atingido pelas queimadas no bioma amazônico.

Dinamarca

Na Dinamarca, manifestantes se reuniram em Copenhague para pedir mais ações que impeçam o aquecimento global.

Estados Unidos

O protesto marcado em Nova York, nos Estados Unidos, deve ser um dos maiores, já que a cidade vai abrigar a Cúpula do Clima da ONU. Na capital Washington DC os manifestantes vão às ruas para cobrar providências contra as mudanças climáticas.

França

Em Paris o protesto pelo clima já reúne pelo menos 9 mil pessoas, segundo estimativas da mídia local. Além da capital francesa, há manifestações também em Rennes e Bordeaux.

Holanda

Na Holanda, manifestantes marcham pelas ruas de Maastricht, cidade universitária a 250km da capital Amsterdã.

Ilhas do Pacífico

Os primeiros eventos da greve aconteceram nas ilhas Vanuatu, Salomão e Kiribati, territórios ameaçados pela elevação do nível do mar devido ao aquecimento climático.

Índia

Na Índia, manifestantes usaram máscaras e cartazes para protestar contra o aquecimento global em Guwahati.
Neste ano, uma onda de calor deixou mortos na Índia. Em 2015, o calor provocou a morte de mais de 3,5 mil pessoas na Índia e no Paquistão.

Indonésia

Na Indonésia, um protesto em Jakarta reúne jovens estudantes que levam cartazes em apoio a ativista Greta Thunberg.

Inglaterra

Na Inglaterra, estudantes empunharam cartazes em Londres com mensagens contra políticos e em apoio à greve. “Estamos perdendo aulas para te ensinar uma lição”, dizia o cartaz de uma das jovens manifestantes.

Nigéria

Na Nigéria, houve manifestação na cidade de Abuja, com mulheres e crianças saindo às ruas para pedir uma economia mais ecológica.

Paquistão

No Paquistão, protestos focam convocados nas cidades de Islamabad, Lahore e Karachi. Nesta última, estudantes pediram ações para um futuro “mais limpo e seguro”.

Polônia

Na Polônia, ativistas fizeram uma performance enrolados em plásticos para criticar o consumo e a ameaça que o atual modo de vida representa à natureza. O protesto ocorreu na capital do país, Varsóvia. Também houve registro de manifestação em Lodz, terceira maior cidade polonesa, e em Poznan.

Romênia

Em Bucareste, na Romênia, os manifestantes pedem ações do governo local para impedir o avanço das mudanças climáticas no mundo.

Ucrânia

Na Ucrânia, os manifestantes foram às ruas da capital Kiev para protestar pelo clima. Crianças caminharam pela cidade empunhando cartazes pedindo mudanças para frear o aquecimento global.

Uganda

Crianças com uniforme escolar desfilaram com cartazes pelas ruas de Akiso, em Uganda, nesta sexta. Os jovens pedem o banimento de sacolas plásticas e estímulos à reciclagem.

Greta Thunberg convoca protestos

Nesta quinta, Greta divulgou um vídeo em suas redes sociais convocando as manifestações. “É manhã no Pacífico. Em breve o sol nascerá na sexta-feira, 20 de setembro de 2019. Boa sorte Austrália, Filipinas, Japão e todas as nações das Ilhas do Pacífico. Vocês vão primeiro! Agora mostre o caminho! Boa manifestação!”, escreveu.

Nestas ilhas, as crianças e jovens estudantes cantaram “não estamos fugindo, estamos lutando”, informou a France Presse.

“Estamos aqui para mandar uma mensagem aos poderosos, aos políticos, para lhes mostrar que estamos preocupados e que isto é realmente importante para nós”, disse à AFP Will Connor, um jovem de 16 anos de Sidney.

Fonte: G1
Créditos: G1