O presidente do Chile, Sebastián Piñera, disse em pronunciamento nesta quarta-feira (4) não compactuar com as falas do presidente Jair Bolsonaro sobre o pai de Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para direitos humanos e ex-presidente do Chile.
Piñera, um dos principais aliados regionais de Bolsonaro, afirmou que “toda pessoa tem o direito de ter seu juízo histórico sobre os governos dos anos de 1970 e 1980, mas que estas visões devem ser expressadas com respeito às pessoas”.
“Não compartilho em absoluto à menção feita pelo presidente Bolsonaro por respeito à uma ex-presidente do Chile e, especialmente, em um tema tão doloroso como a morte de seu pai.”
Piñera também reforçou que seu compromisso sempre foi com a democracia, a liberdade e os direitos humanos “em todo o tempo, lugar e circunstância”.
🔴 AHORA – Piñera: "No comparto en absoluto la alusión hecha por el presidente Bolsonaro respecto a una ex presidenta de Chile (Bachelet) y, especialmente, en un tema tan doloroso como la muerte de su padre" https://t.co/mNh3QQTvBa pic.twitter.com/RDaTqh6PO2
— CNN Chile (@CNNChile) September 4, 2019
O presidente Jair Bolsonaro atacou nesta quarta o pai de Michelle Bachelet, Alberto Bachelet, que foi torturado e morto pela ditadura militar de Augusto Pinochet.
A crítica veio após Bachelet dizer em uma entrevista que o Brasil sofre uma “redução do espaço democrático”, especialmente com ataques contra defensores da natureza e dos direitos humanos.
“Michelle Bachelet, seguindo a linha do [presidente francês Emmanuel] Macron em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos [de bandidos], atacando nossos valorosos policiais civis e militares”, escreveu o presidente em uma rede social.
“Diz ainda que o Brasil perde espaço democrático, mas se esquece de que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à epoca”, prosseguiu Bolsonaro, que publicou também uma foto de Bachelet, quando presidente, ao lado das ex-mandatárias Dilma Rousseff (Brasil) e Cristina Kirchner (Argentina).
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba