VALE CHECAR? Professor de escola estadual vai processar jornalista por publicar matéria sem verificar denúncia de Vereadora

A Escola Estadual Integral Francisca Ascensão Cunha, localizada no bairro Bancários, em João Pessoa, foi alvo de polêmica e discussão na Câmara Municipal da capital após reportagem publicada em um site dando conta de críticas da vereadora Eliza Virgínia acerca de atividades realizadas pela turma de terceiro da unidade de ensino.

Segundo o blog, alunos estariam sendo pressionados a vestirem-se com roupas do sexo oposto para assistirem aulas. Os prints de supostas mensagens foram publicadas citando queixas da vereadora do Progressista (que pode ser lida aqui).

O professor de História, Thiago Calabria, que aparece na imagem divulgada no blog, conversou com o Polêmica Paraíba, por telefone, na tarde desta sexta-feira, 23, e afirmou que esteve na Delegacia Especializada em Crimes Homofóbicos e Crimes contra o Idoso para registrar queixa contra o Política&ETC pela reportagem publicada e pela imagem com vários rostos borrados e apenas o dele aparecendo, “fazendo crer que eu sou o organizador da situação toda”, disse.

“Eu fui à Delegacia prestar queixa contra o Blog Política &ETC porque ele afirma que a vereadora Eliza encaminhou para o Blog uma mensagem, no Whatsapp através de um print, que simula um comunicado oficial da Escola sobre uma cobrança de taxa para os alunos e para as alunas da escola irem vestidos com a roupa trocada, o menino ir vestido de menina e a menina ir vestida de menino, e isso nunca aconteceu, logo após esse print, tem outro print com uma fotografia que tem várias pessoas com os rostos riscados e o único que aparece é o meu; se todos estão com o rosto riscado e o meu aparece faz parecer que eu fui o autor da atividade e eu não autorizei o uso da minha imagem, ninguém me consultou sobre nada, minha ocorrência não é contra a vereadora, é contra o Blog, que alega ter recebido dela a imagem, se foi ela quem enviou, é problema do blog”, relatou Thiago, que afirmou ainda que vai contratar um advogado, na próxima semana, para dar seguimento ao assunto na Justiça pedindo indenização por danos morais.

Thiago disse que nunca foi procurado para falar sobre o assunto pelo site ou pela parlamentar. Ele pontuou ainda que alunos, maiores de 18 anos, se dispuseram a testemunhar a seu favor, “vou tentar que o resultado do processo seja revertido em benefício da escola porque a publicação da matéria ofende a mim e a todos que compõem a Escola, não quero que a minha escola fique mal falada, fica parecendo que obrigamos as pessoas a fazerem coisas que não querem e isso não acontece lá, preservamos a diversidade e a discordância, mas de forma saudável”, concluiu.

“A queixa foi individual, mas enquanto escola, estamos discutindo o assunto e estudamos procurar o Ministério Público, estamos pensando em entrar com uma ação para esclarecer as coisas, mas nada está definido ainda”, finalizou o Professor.

O perfil da Escola no Instagram publicou imagem do momento do registro da queixa na delegacia. No perfil da Escola é possível verificar várias imagens dos alunos do terceiro ano usando fantasias temáticas.