Com as facilidades de se comprar e vender carros pela internet, cada vez mais o mercado de usados e seminovos na rede vai aquecendo. No primeiro trimestre de 2019 foram vendidos 2,49 milhões de carros e comerciais leves usados, contra 2,47 milhões no mesmo período (janeiro a março) em 2018.
Entretanto, apesar das vendas a todo vapor, relações entre anunciantes e compradores na internet ainda podem ser arriscadas. Golpes ainda são bem comuns, segundo Marcio Leitão, CEO e fundador da BMZ Auto Brokers – rede de franquias de corretores de veículos do país.
Ele lista golpes comuns que costumam acontecer nesse mercado e alerta como se deve ficar atento para não ser uma vítima.
Golpe do “sinal”
Neste caso, o golpista atrai a atenção anunciando na internet o veículo com valor abaixo do mercado. Quando alguém demonstra interesse e deseja marcar um encontro para ver o veículo, o anunciante pede um “sinal” enquanto o comprador já está no trajeto. A justificativa usada é que outro interessado apareceu. Assim, o golpista passa a conta de um laranja para que a vítima efetue o depósito. “Esse é o golpe mais comum nesse mercado e acontece com grande frequência. Para evitá-lo, basta sempre fazer o pagamento após a checagem do veículo e nunca em conta de terceiros. Apenas em nome do proprietário do veículo”, afirmou Leitão.
Fachada falsa
O golpista tira uma foto da fachada de uma concessionária e altera o nome do empreendimento e o telefone na imagem em programas de edição de computadores. Assim, a vítima liga para o telefone que se passa como sendo o de uma concessionária real e é atendida de maneira profissional, com direito a secretaria e música de espera nas transferências de ligações. “Gera credibilidade”, disse Leitão. “Eles anunciam um carro que aparece na fachada, e quando aparece um interessado solicitam ‘sinal’ ou até o pagamento integral. Tudo também em conta de terceiros; Então, quando você vai ver o carro na loja, percebe que foi enganado”. Para evitar este golpe, sempre cheque o site da loja e até mesmo veja a fachada do empreendimento no Google Maps. Lembre-se também de jamais fazer depósitos em conta de terceiros.
Familiar facilitador
Após um cliente mostrar interesse, o golpista diz que o carro em questão acabou de ser vendido, entretanto afirma que possui um familiar que trabalha em um cargo importante na montadora do veículo e que consegue outra unidade com preço parecido. Mais uma vez, os golpistas fazem tudo de maneira mais profissional possível, com secretária e transferência de ligações. O golpista pede um valor em sinal e acaba por desaparecer após a transação. “É preciso ficar atento à possibilidade de alguém vender um carro zero com um preço abaixo da concessionária, o que é bastante improvável”, apontou Leitão.
Carro dublê
Os golpistas marcam um encontro em um local público com o cliente, para que ele possa avaliar as condições do carro. O anunciante sempre diz que não poderá ir e que um terceiro levará o veículo. “O carro realmente existe, e eles inclusive colocam itens pessoais que demonstram ser um carro de família. Mostram o recibo falso de compra e venda do carro assim como o laudo de vistoria”, explica Marcio Leitão. “É muito difícil desconfiar, é preciso ficar atento ao titular da conta corrente na hora de fazer a transferência. Se for de terceiro, há grandes chances de ser um golpe”. Para se prevenir, sempre faça uma vistoria cautelar e não aceite documentos prontos.
Invasão de aplicativo de mensagem
Neste golpe, o celular do anunciante divulgado na internet é invadido pela quadrilha. Quando ele está quase fechando uma venda, o golpista assume o controle, bloqueia o acesso do proprietário e passa informações para o pagamento. “O importante é ficar atento à titularidade da conta e não transferir o pagamento a terceiros”, afirmou Leitão.
Carro de locadora
Neste caso, o golpista vende um carro alugado de uma locadora. A quadrilha cria documentos com um despachante clandestino e efetua a venda sem que a locadora saiba de nada. Como o carro está no nome do proprietário, o pagamento é feito em uma conta do golpista. Entretanto, a locadora pode bloquear o carro após o fim do contrato e entrar na justiça. “É importante checar os proprietários anteriores. Se um deles for uma locadora é interessante entrar em contato e verificar se o veículo foi realmente vendido para o terceiro que se passa por atual proprietário”, diz Leitão.
Fonte: UOL
Créditos: UOL