O ministro da (des)Educação lançou o Future-se, no dia 17 de julho, (seguindo a tendência do governo de desrespeitar a academia e sua autonomia). O nome pode até soar bem, mas o projeto visa, no limite, aliviar a responsabilidade do Governo no financiamento das universalidades públicas.
O Future-se apresenta um novo projeto de financiamento das universidades federais no Brasil. Prevê a diminuição da participação do Estado nessas instituições e a facilitação da entrada de empresas privadas, compartilhando a gestão de espaços físicos das universidades, cedendo o direito de nome de campi e prédios à “doadores”, criando fundos patrimoniais e outros.
Com o lançamento do Future-se, o MEC parece abrir nova fase na relação com as universidades federais. Ou seja, depois de divulgar bloqueios orçamentários como punição por “balbúrdia” (e receber protestos amplos como resposta), o ministro Abraham Weintraub lançou a ideia de utilizar dispositivos do mercado financeiro para que faculdades e institutos federais gerem recursos próprios.
Para piorar, três dias depois do lançamento do Future-se o ministro ainda garantiu que as empresas privadas terão a possibilidade de contratar professores quebrando uma ética universitária que prima por realizar concursos abertos e sujeitos a regras comuns e acordadas. Não há universidade pública independente e autônoma que possa abrir mão de recursos também públicos . Triste país que tem um ministro da educação que literalmente despreza a educação. Ele que “Ministre-se”.
Fonte: Lilia Schwarcz
Créditos: Lilia Schwarcz