O ex-presidente do Peru Alejandro Toledo (2001-2006) foi detido nesta terça-feira (16) nos EUA por acusações relacionadas ao escândalo de corrupção da Lava Jato, informou o Ministério Público peruano.
“O ex-mandatário se encontra em seu primeiro comparecimento perante as autoridades judiciais americanas, como parte do processo orientado a lograr seu retorno ao país”, afirmou o órgão em uma rede social.
Toledo trabalhava atualmente como professor visitante da Universidade Stanford, próximo a San Francisco.
Considerado foragido pela Justiça peruana, Toledo, 73, é acusado de ter recebido US$ 20 milhões (R$ 75 milhões, em valores atuais) e propina da Odebrecht em troca da outorga da licitação da rodovia Interoceânica, que liga o Peru ao Brasil.
É acusado ainda de tráfico de influência, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Em março de 2019, o empresário peruano-israelense Josef Maiman, amigo de Toledo, assinou um acordo de colaboração com a Justiça e afirmou que a construtora brasileira depositou US$ 35 milhões, e não US$ 20 milhões, nas contas do ex-presidente.
Também é investigada a compra de uma casa e de um escritório, no nome da sogra de Toledo, por cerca de US$ 5 milhões —que supostamente seriam fruto de lavagem de dinheiro.
A mulher do ex-presidente, Eliane Karp, também é alvo de uma ordem de prisão por lavagem de dinheiro.
Toledo nega as acusações, que diz terem motivação política.
Seu advogado, Heriberto Benítez , disse à rádio peruana RPP que o ex-presidente não teve acesso ao devido processo durante as investigações.
Benítez afirmou ainda que a prisão do presidente não significa que se tenha aprovado uma extradição. “É parte de um processo, como ocorre em outros países, e nos próximos dias coordenaremos com a defesa nos EUA.”
Fonte: FOLHA
Créditos: FOLHA