O encerramento do velório do jornalista Paulo Henrique Amorim, que morreu aos 76 anos na madrugada de ontem, foi marcado por um tom político. O público cantou o hino brasileiro e depois puxou gritos de “Fora, Bolsonaro” e de “Lula Livre”. Paulo Henrique era um ferrenho crítico do governo Bolsonaro e um defensor do ex-presidente Lula.
A cerimônia terminou por volta das 15h e o caixão seguiu para o Cemitério da Penitência, no bairro do Caju, no Rio, onde o corpo do jornalista será sepultado. Pela manhã, familiares e amigos já se reuniam na sede da Associação Brasileira de Imprensa, no Centro do Rio, local do velório. A irmã do jornalista, Marília, que mora na França, veio ao Brasil para o velório, e estava muito emocionada.
“A gente se adorava. Ele era meu irmão mais velho. Éramos três, minha irmã também já faleceu. Ele era meu herói, uma pessoa muito corajosa, extremamente generoso. Corajoso no embate dele de não abrir mão das ideias dele, do que ele achava que tinha que ser dito, revelado, mostrado. Uma pessoa muito corajosa, muito íntegro nas convicções do trabalho dele. Adorava trabalhar”, disse.
Ela também comentou o afastamento de Paulo Henrique do Domingo Espetacular, programa que apresentava desde 2006. A irmã disse que o apresentador já havia perdido outros espaços na mídia por conta de “pressão política”.
“Falamos pouco porque estava na França. Ele teve vários casos de perder o lugar dele por pressão política. Ele escreveu pra mim e falou: ‘Não se preocupe, você sabe que eu tive isso várias vezes e que eu aguento o tranco'”, disse ela, que citou outros casos em que o apresentador teria sido afastado de suas funções supostamente por críticas a políticos.
Fonte: Uol
Créditos: Uol