Onyx prometeu retomar as atividades parlamentares a partir desta terça-feira (9/7), porque “faz questão” de apoiar o presidente Bolsonaro no plenário. O ministro é tratado como principal articulador do governo, embora Bolsonaro tenha retirado da Casa Civil a função de negociar com o Congresso — que voltou para a Secretaria de Governo. O agora parlamentar deve acompanhar o encaminhamento da votação com “especial deferência”.
Tereza Cristina e Marcelo Antônio também deixaram clara a intenção de retornar ao Legislativo nesta terça. Mas, para que todos eles estejam aptos a retornar para os mandatos, as respectivas exonerações têm de ser publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (9/7). A expectativa do Planalto é que todos estejam de volta aos ministérios na quinta-feira. Contudo, isso dependerá da velocidade da tramitação do texto no plenário.
O suplente de Onyx é Marcelo Brum (PSL-RS), que, além de ser do partido de Bolsonaro, deixa claro nas redes sociais que é a favor da proposta. Na última semana, ele comemorou a aprovação do texto na Comissão Especial da Casa dizendo ser “uma vitória para o Brasil”. Ainda assim, aliados querem que Onyx esteja presente para mostrar apoio ao presidente.
Quem substitui Tereza Cristina na Câmara é a deputada Bia Cavassa (PSDB-MS), que não comenta publicamente sua posição sobre o texto e não publica nada sobre o assunto nas redes sociais. O suplente de Marcelo Álvaro é Enéias Reis (PSL-MG), correligionário que também prefere a discrição no que diz respeito à Previdência.
Embora tenha sido eleito deputado federal na última eleição, o ministro Osmar Terra, da Cidadania, não deve abandonar o posto para votar no texto palaciano. Avalia-se que o suplente, Darcísio Perondi (MDB-RS), é voto fechado com o Planalto e não vai mudar de posicionamento às pressas.
Temer
Perondi é vice-líder do governo Bolsonaro e defende a proposta desde o governo do ex-presidente Michel Temer. Numa tentativa de aprovar o projeto governista do emedebista, que também tentou implementar uma reforma da Previdência, parlamentares que foram chamados para ocupar ministérios também foram aconselhados a deixar seus cargos para apoiar o Planalto no Congresso.
A equipe ministerial de Temer tinha 14 deputados federais, mas apenas 13 tinham mandato. O ex-ministro da Defesa (que, depois, se tornou ministro da Segurança Pública), Raul Jungmann (PPS-PE), era suplente de Mendonça Filho (DEM-PE), que ocupava a Educação.
Então responsável pela Secretaria de Governo, Carlos Marun, aliado de primeira hora e articulista de Temer, também se comprometeu a abrir mão do mandato para ajudar a Previdência. E estudou largar o emprego novamente para pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.
A reforma de Michel Temer não andou, mesmo tendo sido enxugada diversas vezes. Atualmente, a líder do governo Bolsonaro no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), diz que a reforma será aprovada em dois turnos no plenário da Câmara até sexta-feira (também depois de alguns esvaziamentos).
Fonte: Correio Braziliense
Créditos: Correio Braziliense