Senadores lamentam morte de Ronaldo

O presidente do Senado, José Sarney, homenageou ontem, no Plenário, o ex-senador Ronaldo Cunha Lima, que morreu no último sábado. De acordo com ele, além de político, Cunha Lima era “um homem intelectual, de inteligência extraordinária e vasta cultura”.

– Cordial, amigo gentil, solidário, leal. Alguém que defendia seu estado com paixão – resumiu.

Sarney lembrou episódios relativos ao mandato de Ronaldo Cunha Lima – pai do atual senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) – na Casa, onde foi parlamentar de 1995 a 2003. Sarney citou especificamente sua atuação contrária à privatização da Petrobras quando, no governo Fernando Henrique Cardoso, isso foi cogitado.

– Foi uma voz firme em favor da empresa. A ideia [da venda] não prosperou, em grande parte, pela posição tomada por ele. Ele se revelou um grande político para os grandes temas nacionais.

Sarney mencionou o gosto do amigo pela obra do escritor Augusto dos Anjos, de quem, revelou Sarney, Cunha Lima “sabia tudo”, a começar pelo nome do padre que o batizou.

– Poeta popular e grande improvisador, ele conhecia todas as regras de cantorias do Nordeste e dominava todas as formas da poesia popular – lembrou Sarney.

Mais cedo, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) apresentou ao Senado um requerimento de voto de pesar pela morte de Ronaldo Cunha Lima. Ele citou frases célebres do poeta paraibano, como “A fé é uma fonte que se alimenta do eterno.

Nela, os homens se dessedentam e se revigoram, para as travessias das solidões e dos desertos da vida”.

Da mesma maneira, o senador José Agripino (DEM-RN) elogiou a atuação do amigo como prefeito de Campina Grande (PB) e disse que a Festa de São João da cidade, que virou um grande evento da Paraíba e do país, foi obra das suas mãos.

Aloysio apresenta voto de pesar

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) apresentou em Plenário ontem voto de pesar pela morte do ex-senador Ronaldo Cunha Lima.

Para Aloysio Nunes, Ronaldo Cunha Lima foi uma das figuras “mais extraordinárias da política brasileira contemporânea”.

O senador contou que o conheceu em 1990, quando era candidato a vice-governador de São Paulo e também coordenador de campanha do então candidato ao governo, Luiz Antônio Fleury. Ronaldo Cunha Lima, que à época se preparava para disputar o Governo da Paraíba, lhe fez uma visita de cortesia.

Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse ter convivido com Ronaldo Cunha Lima no Senado e que o ex-senador era um homem de bem com a vida, um “poeta fantástico” e também um grande político – prefeito de Campina Grande, governador e senador. Simon afirmou que Ronaldo Cunha Lima preparou o filho para ser um político de grande futuro.

Também, em pronunciamento, o senador Anibal Diniz (PT-AC) manifestou solidariedade à família de Ronaldo Cunha Lima.
O petista disse que Ronaldo “nasceu poeta” e construiu uma carreira brilhante.