Um estabelecimento no Rio de Janeiro gerou polêmica ao deixar na conta dos clientes um recado político contrário ao ministro da Justiça, Sergio Moro, e favorável ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP).
O bar do Omar, localizado no bairro Santo Cristo, zona portuária da cidade, imprimiu em seus cupons fiscais: “Um bar pode ter opinião política, um juiz não. Moro lesa-pátria. #lulalivre #BarDoOmar #Democracia”.
O texto se refere aos diálogos vazados e publicados pelo site The Intercept Brasil e atribuídos a Moro, que na época das conversas era o juiz federal encarregado de julgar os casos da Lava Jato, e ao procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da operação.
Depois de postar a imagem em sua conta no Instagram, anteontem, o bar se tornou alvo de reações favoráveis e contrárias.
“Show de bola. Obrigado por avisar que é petista. Não fui nem nunca irei aí. Afinal, não como merda”, disse um dos seguidores. “Lula livre daqui a 100 anos babaca”, disse outro. “Nunca pisarei numa merda de lugar que defende bandidos e ataca homens de bem. Estupidez”, lia-se em mais um. Várias pessoas afirmavam que iriam boicotar o estabelecimento.
Por outro lado, muitos apoiaram o bar, que acabou ganhando mais de 7 mil seguidores no Instagram, 17 mil no Twitter e 18 mil no Facebook somente nos dois últimos dias.
“A gente está blogueirinho agora. O único mimo que a gente quer é o Lula livre”, brincou o dono do bar, Omar Monteiro Junior, 29.
O recado não foi a primeira mensagem política deixada na conta do bar, que funciona há 20 anos. “Sempre colocamos alguma mensagem desse tipo, já havíamos falado da prisão do Lula. Por conta dos vazamentos, resolvi colocar esse. Foi sem a pretensão de viralizar assim”, conta ele.
Ontem, no mesmo perfil do bar no Instagram, ele afirmou que os que prometiam fazer boicote ao bar não fariam falta.
“A gente vive um momento muito delicado da nossa democracia, em que opiniões contrárias necessariamente são recebidas de forma violenta e hostil. Nesse caso, não é uma questão partidária. A gente está falando sobre como a Constituição foi desrespeitada para atender a um objetivo pessoal, que, amanhã ou depois, pode ser a prisão do [presidente Jair] Bolsonaro, por exemplo”, opina Omar.
“As pessoas que criticaram o nosso posicionamento não compreendem que daqui a algum tempo isso pode se voltar contra elas próprias”, conclui.
Fonte: UOL
Créditos: UOL