O Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) denunciou o ex-governador Marconi Perillo por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A ação é resultado da operação Cash Delivery, na qual o político chegou a ser preso. No documento, o órgão também pede que sejam devolvidos R$ 17,8 milhões aos cofres públicos.
Advogado de Perillo, Antônio Carlos de Almeida informou, por telefone, que até as 11h10 ainda não havia tido acesso ao processo.
O documento é assinado pelo procurador da República Helio Telho Corrêa Filho e foi concluído na última segunda-feira (17), mas divulgado apenas na manhã desta sexta-feira (21). Mais quatro pessoas são denunciadas, segundo o MPF:
Jayme Eduardo Rincón – ex-presidente da Agência Goiana de Transporte e Obras: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa;
Márcio Garcia Moura – motorista de Rincón: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa;
Pablo Rogério de Oliveira – advogado: lavagem de dinheiro e organização criminosa;
Carlos Alberto Pacheco Júnior – empresário: lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O advogado de Márcio, Higor Lázaro, informou, por mensagem, que não vai se pronunciar sobre a denúncia. Já a defesa de Jayme Rincón disse que se posicionará assim que se inteirar do documento. A reportagem tenta contato com os advogados de Carlos Alberto e Pablo Rogério.
De acordo com o MPF, eles tinham a função de operacionalizar o recebimento da propina de Perillo. Rincón atuava como agente intermediador dos pagamentos, cabendo a ele tratar diretamente do valor requisitado por Perillo junto a executivos da Odebrecht. Os demais tinham a função de buscar o dinheiro da propina.
Operação Cash Delivery
A Polícia Federal investigou repasses indevidos para agentes públicos em Goiás, com base nas delações premiadas de executivos da Odebrecht. Os valores investigados são de R$ 12 milhões.
Escutas da Polícia Federal presentes no inquérito que culminou na Operação Cash Delivery mostram um diálogo que, segundo a corporação, revela a entrega de R$ 1,2 milhão em propina da Odebrecht para campanhas de Perillo em 2010 e 2014.
No inquérito consta que Marconi, ao solicitar os valores para suas campanhas, se mostrava favorável às demandas da Odebrecht em Goiás, como, por exemplo, na construção do VLT, que não saiu do papel, além de obras de esgoto no Entorno do Distrito Federal.
Na denúncia, Marconi Perillo é citado como líder do esquema. Jayme Rincón é apontado como braço-direito do ex-governador, responsável pela entrega do dinheiro solicitado pelo político.
Rincón foi coordenador financeiro de campanha eleitoral em 2010. Ele e mais quatro pessoas foram presas na operação, deflagrada no último dia 28 de setembro. Ao prestar depoimento à PF, ele confirmou que “recursos” para campanhas eleitorais de candidatos aliados foram entregues pela Odebrecht a seus motoristas no apartamento que o investigado tem em São Paulo.
Fonte: G1
Créditos: G1