É mês de junho. É tempo de forró, de São João, festa que é símbolo maior do sertanejo nordestino.O ano é de estiagem, de muita seca, mas o nordestino é sempre um forte, jamais deixa de ter esperança, por isso, diante de todas as dificuldades sonha com sua mesa posta com pamonha, canjica, bolos de milho, milho assado e cozinhado, tapioca de todo gosto e pé-de-moleque.
São João, como já dizia Gonzagão, é tempo das “meninas brincando de rodas, velhos soltando balão, moços em volta à fogueira, brincando com o coração”. Dos arraiais, do casamento matuto, sincronizado pelo balé das quadrilhas juninas. É tempo dos poeirões. Do xaxado, do xote, do forró e do baião. De um terreiro de chão batido. É tempo de dançador ruim, que reclama do sanfoneiro, mas também é tempo dos cabras namoradores e das karolinas com “K”.
É tempo de alegria. Da esperança que o tempo mude e que venha fartura, muita água correndo no leito dos rios, ou mesmo, represada nos açudes e barragens. A esperança do verde do capinzal, das frutas e legumes nos baixios, vazantes e campos irrigados, para espantar a fome do sertanejo.O sertanejo quer ouvir o som da zabumba, triangulo e sanfona. Quer ver Caruaru se vestir como a verdadeira capital do forró, fazer o fole gemer, numa alegria continua e contagiante. Quer ver a Rainha da Borborema enfeitar-se toda, receber por um mês, no seu Parque maior, todo o povo do forró, uma tradição que se renovo ano a ano.
Passa o tempo e Gonzaga apresenta-se como eterno criador dessa festa. Foi ele quem formatou tudo isso. Inventou o trio pé de serra. Com suas marchinhas sonorizou e os passos das quadrilhas juninas, no toque de músicas como São João na Roça, Fogo sem fuzil, Fogueira de São João, Quero Chá, Festa no céu, São João no arraiá, Noites brasileiras e a inesquecível olha pro céu.
Ele continua presente. Quem veio primeiro Gonzaga ou o São João? Gonzagão deu formato a essa festa tão grandiosa intitulada. Ele se confunde com o São João. Viva São João! Viva Gonzagão!
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Onaldo Queiroga