Uma das organizações mais bem estruturadas no país, já está comprovado, é o crime organizado. E isso não acontece de agora! Toda essa organização vem sendo demonstrada ao longo do tempo, quando constatamos a todo momento, representantes desse setor colocados em pontos estratégicos e cargos importantes dentro das próprias instituições “sérias”! Isso assusta, cada vez mais, o cidadão brasileiro que se sente a todo momento ilhado, cercado por bandidos oficiais, concursados ou indicados por outro bandido ainda melhor situado na hierarquia!
Constatado isso, como poderemos nos tranquilizar, achando que o problema pode ser resolvido com a criação de novas leis ou fazendo valer as leis já existentes? O problema é que criminosos estão ocupando funções nos mais importantes órgãos federados, e também, estão melhor armados e por conta de estarem infiltrados até nos órgãos de defesa do país (e essa não é uma afirmação minha), fica cada vez mais difícil vislumbrar qualquer ganho pelos mocinhos nessa situação desigual!
Não é à toa que autoridades do poder judiciário venham a reconhecer isso até publicamente! Um exemplo é o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Alcides da Fonseca Neto é uma voz crítica sobre como autoridades daquele estado tem se portado em relação às milícias. Em entrevista a imprensa, cobrou maior ação das polícias, do Ministério Público e das prefeituras na repressão às atividades exploradas pelas quadrilhas de milicianos no Rio e disse não ver alternativa para enfrentar esse tipo crime, uma vez que, com a polícia corrompida, faz-se necessário que a milícia vire crime federal! Ele não poupou palavras para acusar que “É público e notório que existe uma relação umbilical entre as milícias e a polícia. De uma tal forma de que você não consegue mais saber quem é miliciano e quem é policial”!
A verdade é que a coisa cresceu a tal ponto que, as quadrilhas já estão muito bem organizadas por todo o país! As demonstrações estão sendo dadas com suas ações muito bem planejadas no Ceará, onde por quase dois meses foram registradas ações de terrorismo constante, com ameaças a autoridades, dezenas de ônibus e carros menores incendiados, além de outras muitas afrontas ao estado! Ações terroristas, ainda, no Rio Grande do Norte, Maranhão e outras regiões foram executadas numa clara demonstração de forças! O Brasil foi sendo pouco a pouco, tomado.
No crescimento desmedido das milícias, por exemplo, o Dr. Alcides faz alguns questionamentos importantes. “A milícia foi aumentando sua área imobiliária – ainda a exemplo do Rio de Janeiro – e foi construindo prédios sem que ninguém tomasse providências. Quem deixou que os prédios fossem construídos? Onde estava o município que permitiu isso tudo ser construído? Como a água chegou a esses prédios todos? A água tem que ter sido canalizada para lá. Quem deixou? São todas construções ilegais, então por que não foram derrubadas? São questões que demonstram haver alguma coisa estranha. E a polícia? Nunca entrou lá? Cabe à polícia impedir que essas organizações criminosas atuem”.
Todas essas questões acabam colocando em xeque as instituições, as autarquias e, principalmente, aqueles importantes cargos de chefia! Sem dúvidas que a vitória fica cada vez mais distante para essa queda de braço, de uma vez que as palavras de ordem, a partir de 2019 é “Atirem para matar”!
As prioridades do governo federal, não são outras, senão a liberação do porte e posse de armas para todos, a promoção para o policial que matar em serviço, a liberação de compra para até cinco mil balas por ano para qualquer “cidadão de bem” e outros contrassensos! A população de repente tem a triste constatação de que lideranças políticas, ministros, governadores de estados, policiais e chefes de “bocas”, além de comandantes do tráfico de drogas e juízes envolvidos em venda de sentenças… todos estão juntos no mesmo balaio e encaminhados a presídios com o mesmo peso! Sendo assim, com base em que haveria qualquer possibilidade de se acabar com a criminalidade no Brasil?
A população não acredita mais nas instituições, pois teme que estas já estejam bastante contaminadas! Não há dúvida de que ainda existem autoridades comprometidas com a justiça e a seriedade, mas essa população parece sentir que o Brasil está, aos poucos, perdendo a batalha! É um absurdo, mas cidadãos estão tendo que deixar o país, fugindo da degradação, da perseguição e da insegurança! Falta o amparo legal por parte das autoridades constituídas. Ninguém mais está seguro! A discriminação às minorias virou uma prática a ser permitida sem maiores impedimentos. O preconceito e o racismo agora estão institucionalizados!
Constatar-se, ainda, o governo federal aliviando punições a infratores no transito, por exemplo, permitindo que se use mais drogas nas estradas e que se mate mais no trânsito, numa visão distorcida de se acabar com a corrupção de agentes e de determinados policiais rodoviários bem como de outras autoridades ligadas a chamada “indústria da multa”, quando o certo seria endurecer mais as leis, punindo os transgressores e consequentemente botando na cadeia corruptos e corruptores! Tudo isso só dificulta cada vez mais o combate à criminalidade alarmante!
Ao se discorrer sobre toda essa situação de insegurança e desamparo que vem preocupando a população brasileira, um quadro cinza vem se desenhando e transformando a vida de todos nós! O cidadão não aguenta mais essa situação de in segurança que se instalou por aqui e não suporta mais ver o crescimento assombroso das organizações criminosas bem debaixo do nariz das nossas forças de segurança, sem que até o presente tenha se esboçado movimentos mais contundentes no sentido de se combater com maior eficácia o crescimento das organizações criminosas que se proliferam – e atualmente imperam – por todo o país!
Para fechar todos os questionamentos aqui expostos, uma sugestão se faz necessária: ou as nossas autoridades constituídas tomam providencias mais enérgicas contra o crime e ganha logo esse cabo de força ou, do contrário, estaremos todos fadados a entrega submissão vergonhosa da incompetência!
Fonte: Francisco Aírton
Créditos: Polêmica Paraíba