Uma cobra sucuri que vive no Aquário deNew England, nos Estados Unidos, deu à luz a dois filhotes saudáveis. O fato virou notícia porque os filhotes foram fruto de partenogênese, ou seja, os embriões se desenvolveram sem fertilização/reprodução.
O fenômeno é muito mais comum entre plantas e insetos, já que o processo, que permite a replicação de um organismo feminino sem a participação de um macho, é extremamente raro entre as espécies de vertebrados. A partenogênese foi documentada em um número limitado de espécies de lagartos, tubarões, pássaros e cobras — esse é apenas o segundo caso confirmado conhecido de partenogênese em uma cobra sucuri-verde.
A serpente de 13,6 quilos, 8 anos e cerca de 3 metros, apareceu grávida — mesmo vivendo em um local que não contava com a presença machos, fato que despertou a curiosidade dos biólogos do aquário. Por isso, antes de anunciar o acontecimento, os especialistas tiveram “algum trabalho de detetive para fazer”, como contam em comunicado.
Os biólogos confirmaram o sexo das “colegas de casa” de Anna, como é chamada a cobra, e testaram o DNA dos filhotes, que confirmou as suspeitas do especialistas. “Pode haver diferentes tipos de partenogênese, muitos dos quais não produzem cópias exatas de DNA de sua mãe”, explicou a organização do aquário. “No entanto, o sequenciamento genético limitado feito para essas duas jovens serpentes mostra correspondências completas em todos os locais testados.”
De acordo com Tony LaCasse, porta-voz do aquário, esse é um processo vulnerável para qualquer espécie de animal: “É uma estratégia reprodutiva completamente única e surpreendente, mas tem uma viabilidade baixa em comparação com a reprodução sexual”. A partenogênese é comum também na vida selvagem, e não apenas em cativeiro, de acordo com os pesquisadores.
Fonte: Revista Galileu
Créditos: Revista Galileu