Aparentemente, Bolsonaro cometeu seu primeiro grande erro tático. Percebeu isso ao longo da semana – baseado nos serviços de informação, ao que tudo indica – e tentou se afastar das manifestações. Estas foram de médias a fracas nas 56 cidades listadas pela Globo News. Nas condições atuais de comparação com o 15M, representam um fracasso completo.
Obviamente o governo não cairá e nem sua agenda está em risco. Mas altera-se o balanço de forças dentro da coalizão reacionária. Setores expressivos da direita radical – como Dória e MBL – não se somaram à iniciativa, numa fragmentação ainda não mensurável.
O bolsonarismo volta ao tamanho que tem há um ano, um núcleo consistente de 20% da população. Segue muito expressivo.
Aumenta, de outra parte, o peso relativo do Congresso na aliança – Maia e centrão – e possivelmente de Mourão e do setor militar. Perdem Bolsonaro, filhos e o olavismo.
Aumentará o preço de barganha parlamentar e o presidente terá reduzida sua margem de manobra pessoal.
Num quadro desses, em que os atores se definem, duas apostas são feitas pelo lado popular: os atos de 30 de maio e a greve geral de 14 de junho. Todo o gás deve ser empenhado agora.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Polêmica Paraíba
Fonte: DCM
Créditos: Gilberto Maringoni