O acordo foi proposto pelo Ministério Público Federal no âmbito de uma ação popular que tramita na 5ª Vara Federal em Brasília. A ação foi ajuizada pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES) depois que Bolsonaro disse em março, em transmissão pelo Facebook, que decidiu extinguir as lombadas eletrônicas das estradas.
“Decisão nossa: não teremos mais nenhuma nova lombada eletrônica no Brasil. As lombadas que porventura existem, e são muitas, quando forem perdendo a validade, não serão renovadas”, disse Bolsonaro na ocasião.
Como a Folha noticiou na semana passada, apesar das declarações de Bolsonaro contrárias ao uso de radares, técnicos do Dnit levaram à Justiça um estudo preliminar, de abril, que indica a necessidade de aumentar o número de trechos monitorados em rodovias federais.
Segundo o estudo preliminar, obtido pela reportagem, 8.031 faixas precisam de monitoramento (radar comum ou lombada eletrônica) em todo o país, o que demanda cerca de 4.000 equipamentos —cada radar cobre, na maioria dos casos, duas faixas.
Hoje, há em operação somente 265 aparelhos que monitoram 560 faixas no Brasil inteiro, considerando apenas as rodovias federais que não estão concedidas à iniciativa privada. O Dnit já liberou a instalação de mais 516 radares, que vão cobrir outras 1.038 faixas.
Para atingir o total necessário será preciso cobrir mais cerca de 6.400 faixas. O acordo judicial será sobre esse “resíduo”. A proposta feita pelo Ministério Público Federal prevê a instalação de 30% dos aparelhos considerados necessários em até 60 dias após a assinatura do acordo.
A ideia é que, nos próximos meses ou no próximo ano, sejam instalados os demais equipamentos, progressivamente.
O Dnit informou à Justiça Federal que, antes de fechar o acordo, precisa resolver a situação de quatro contratos que foram suspensos pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Hoje, o país tem 24 contratos vigentes para a instalação de radares e lombadas eletrônicas nas rodovias federais.
Deve constar do acordo a previsão para que a União instale placas de sinalização nos locais monitorados. Os trechos sob monitoramento serão definidos pelos técnicos do governo.
Fonte: UOL
Créditos: Reynaldo Turollo Jr.