A vereadora Eliza Virgínia (Progressistas) defendeu, nesta segunda-feira (06), o projeto de lei Escola Sem Maconha, apresentado por ela na Câmara Municipal de João Pessoa. Ela contestou a fala do ativista e presidente da Liga Canábica da Paraíba, Júlio Américo, que defendeu a descriminalização da droga. No programa Arapuan Verdade, ele argumentou que drogas como cigarro e álcool são piores que a maconha no ambiente escolar.
“Há uma epidemia com álcool e o tabaco. O terceiro levantamento nacional domiciliar mostra que majoritariamente o uso problemático de drogas se dá 90% entre tabaco e álcool, são verdadeiras epidemias nas escolas com crianças e adolescentes, e isso não está sendo debatido”, revelou Júlio Américo.
O ativista ressaltou que o preconceito sobre a droga gerou estigmatização da medicina terapêutica relacionada à maconha. “A gente tem a maioria dos profissionais de medicina sem querer prescrever, a gente tem pesquisadores sem querer pesquisar. O que há é uma demonização, não é uma relativização, de tal maneira que o potencial terapêutico foi esquecido e ela foi praticamente extirpada como erva medicinal. Ela foi colocada como a droga que é porta de entrada para outras drogas”, disse.
Já a vereadora Eliza Virgínia defendeu a atual política de criminalização das drogas, mas se mostrou favorável ao uso medicinal da droga para auxiliar no tratamento de doenças. Ela também lembrou dos efeitos colaterais na vida dos usuários de maconha.
“Muitas escolas têm maconha, na universidade, muita gente é preso, traficante de maconha na universidade. A gente sabe que existe um grande consumo de maconha, nas escolas também. Eu conheci uma escola que o traficante dominou a escola durante a noite e os inspetores ficaram acuados. É justamente pela relativização da droga, e a gente sabe que há estudos que provam que a droga faz mal, aumenta a questão do suicídio, psicose, enfim”, justificou a vereadora.
Durante o programa, o ex-secretario de Politicas Publicas sobre Drogas, Tullio Polari, fez uma participação e defendeu o ponto de vista de Eliza Virgínia. “Respeito muito o conhecimento do Júlio e as suas abordagens, mas entendo que o termo descriminalização é a forma maquiada de aceitar e defender a liberação. Acho irresponsável desassociar a maconha de fatores alucinógenos. Não somos um país com educação e uma estrutura social que consiga absorver a descriminalização”, pontuou o especialista.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba