Jornalistas da TV Record prestarão depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no próximo dia 15 de maio em uma ação que pede a inegibilidade de Jair Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão. As informações são do Jota.
Ao todo, seis testemunhas arroladas pelo PT, autor da ação, serão ouvidas. Na petição enviada ao TSE no final do ano passado, o partido do então candidato Fernando Haddad argumenta Bolsonaro fez uso indevido de veículo de comunicação durante a campanha presidencial.
Na ação, são citadas inúmeras situações em que a Record teria favorecido a chapa do capitão da reserva, como no dia 4 de outubro de 2018, quando a emissora veiculou uma entrevista exclusiva com Bolsonaro na mesma data e horário que ocorrida um debate entre os presidenciáveis em outra emissora. Na ocasião, o então candidato do PSL cancelou sua ida ao debate alegando problemas de saúde, mas esteve disposto para a entrevista ao vivo no canal do bispo Edir Macedo. O próprio líder religioso, inclusive, declarou publicamente apoio ao atual presidente.
Mussi, no entanto, negou o pedido do PT para que integrantes da cúpula da Record, como o próprio Macedo, fossem ouvidos.
Prestarão depoimento o jornalista da Record, Eduardo Ribeiro, que entrevistou Bolsonaro no dia em que ele faltou ao debate, e Luciana Barcellos, ex-chefe de redação do Jornal da Record. Além deles, falarão ao TSE o editor executivo Leandro Demori e o fundador do The Intercept Brasil Glenn Greenwald, site que publicou reportagem sobre orientações da Record para cobertura da campanha, além de Paulo Zocchi, presidente do Sindicado dos Jornalistas profissionais no Estado de São Paulo.
Ao todo, a Record concedeu mais de 40 minutos de entrevista exclusiva com Bolsonaro em sinal aberto, algo que não foi feito com nenhum outro candidato.
Além da entrevista exclusiva no mesmo dia do debate de 4 de outubro, no dia 21 de outubro, no programa Domingo Espetacular, foi veiculada na emissora uma matéria com informações e imagens exclusivas sobre o tratamento de saúde de Jair Bolsonaro após o episódio da facada ocorrido em Juiz de Fora (MG). A reportagem foi exibida no mesmo dia e horário em que aconteceria outro debate entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, que o capitão da reserva também não foi alegando motivos de saúde.
“Em momento decisivo da eleição presidencial de 2018, a Rede Record concedeu apenas ao candidato Jair Messias Bolsonaro mais de 40 minutos de entrevista exclusiva em sinal aberto”, diz a peça. Para os advogados do PT, a postura da Record nas eleições foi fundamental para “influenciar o resultado do pleito”.
A ação ainda está em fase inicial e não há data definida para o julgamento.
Fonte: Revista Fórum
Créditos: Revista Fórum