O autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, afirmou na manhã desta terça-feira (30) que se encontra com as principais unidades militares das Forças Armadas e que deu início à fase final do que ele chama de “Operação Liberdade”.
O vice-presidente de comunicações, Jorge Rodríguez, confirma que o governo enfrentou defecção de militares, mas ele afirma que é um grupo reduzido, que se posicionou para “promover um golpe de estado”.
O ministro da defesa, Vladimir Padrino, também reconheceu a movimentação ao afirmar que as forças armadas seguirão firmes “na defesa da Constituição nacional e das autoridades legítimas”.
Guaidó convocou os venezuelanos para ir às ruas, afirmou que as Forças Armadas continuarão a implementação até que se consolide “o fim da usurpação, que já é irreversível”.
O oposicionista ainda elogiou as forças armadas, ao dizer que elas “tomaram a decisão correta”, e repetiu o pedido para que o povo saía às ruas para “dar respaldo às forças democráticas e recuperar a nossa liberdade”.
Em um vídeo postado na rede social, Guaidó aparece ao lado de Leopoldo Lopez, um outro opositor ao regime de Maduro que cumpre prisão domiciliar.
No dia 19 de março, o líder da oposição e da Assembleia Nacional havia convocado uma marcha para o dia 1º de maio para pressionar pela saída de Nicolás Maduro, o líder da Venezuela.
Um dirigente de Maduro, Jorge Rodríguez, vice-presidente de comunicações, confirma que o governo enfrentou defecção de militares.
O ministro da defesa, Vladimir Padrinos, diz que as forças armadas seguem fiéis a Maduro, e que os quartéis reportam normalidade nas bases.
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Fonte: Estadão
Créditos: Estadão