O senador Chico Rodrigues (DEM-RR), vice-líder do governo, contratou Leonardo Rodrigues de Jesus para o segundo maior cargo de seu gabinete, com um salário de R$ 22,9 mil mensais. Conhecido como Leo Índio, ele é primo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro e pessoa de confiança do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).
Leonardo, que é estudante de administração, ocupará o cargo de assessor parlamentar do senador, que só tem remuneração inferior ao de chefe de gabinete, que recebe R$ 26,9 mil por mês.
Segundo o senador, a escolha do auxiliar se deu por “feeling” e “desenvoltura” após ter recebido indicação de uma assessora. Ele nega ter atendido a pedidos de emprego da família Bolsonaro.
“Pela conversa, pelo feeling que eu tive, me pareceu útil para mim, vou ver”, afirmou.
Leonardo tem 35 anos e cursa administração na faculdade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro. Segundo o senador, ele terá de trancar a matrícula por precisar trabalhar integralmente no gabinete.
Questionado pela Folha sobre os motivos que o levaram a escolher o assessor, já que ele não tem experiência na vida parlamentar em Brasília, o senador disse que tem contratados em seu gabinete mestres, doutores e especialistas, mas que também está apostando em jovens.
“É um garoto novo, que estuda administração, conhece muita gente na República, aqui em Brasília e vai ser uma forma de me ajudar também. Assim como eu tenho doutores em direito eleitoral, tenho doutores em economia, inclusive um funcionário que eu requisitei do Banco Central. Enfim, eu também estou pegando essa turma nova para me dar suporte. Então é uma assessoria que vai ser boa para mim”, disse.
Quando lhe foi perguntado sobre o fato de Leonardo ter laços familiares com a família Bolsonaro, o senador disse que isso não é um problema.
“Melhor ainda sendo sobrinho do presidente. Qual o mal que tem nisso aí?”, afirmou.
O senador do DEM apontou como vantagem ainda o fato de Leonardo ter “mobilidade” dentro do governo.
“Eu não quero funcionários no gabinete, não quero todos funcionários no gabinete. Eu quero que me dê mobilidade, mobilidade para me dar mais movimento dentro do governo”, disse.
Fonte: Folha de São Paulo
Créditos: Folha de São Paulo