Rubens Nóbrega

Entre a segunda e a terceira pesquisa Ipespe sobre intenções de voto para prefeito da Capital, as oscilações que mais chamam a atenção do colunista aconteceram na aceitação e na rejeição a Cícero Lucena (PSDB).
O senador tucano conseguiu subir três pontos percentuais na preferência do eleitorado de João Pessoa e, surpreendentemente, em apenas 20 dias derrubou em 12 pontos percentuais a rejeição ao seu nome.

Na pesquisa realizada entre 26 e 28 de maio último, com 18% o senador já estava tecnicamente empatado com José Maranhão (PMDB), que tinha 22%. Agora, embolou de vez. Os dois já disputam cabeça a cabeça a preferência do eleitor.

Nessa segunda pesquisa Ipespe que o Jornal da Paraíba publica hoje com exclusividade, os eleitores entrevistados pelo Instituto nos últimos dias 16 e 17 dão 21% ao tucano e mantêm o peemedebista com os mesmos 22% de antes.

Mas a diferença mais relevante deu-se mesmo na rejeição. Dos 29% da pesquisa anterior, o número de eleitores que não votaria de modo algum em Cícero caiu para 17%, colocando-o em rigoroso empate, nesse quesito, com os noviços Antônio Radical (PSTU), Nonato Bandeira (PPS) e Renan Palmeira (PSOL).

Estelizabel lidera rejeição
Maranhão também abateu consideravelmente a rejeição ao seu nome. Dos 30% do final de maio, desceu para 20% nesse meio de junho. Com um detalhe super, hiper, ultra significativo: o ex-governador perdeu a liderança dos mais rejeitados para Estelizabel Bezerra (PSB), a candidata do governador Ricardo Coutinho.

Aliás, a posição de Estela – assim tratada pelos mais chegados e, possivelmente, por seus marqueteiros – em nada se alterou entre uma pesquisa e outra. Ela manteve os 5% de intenções de voto e de 21% de rejeição.

A conclusão de qualquer análise desapaixonada dos números de Estela parece-me óbvia: com tão pouco tempo de vida e exposição públicas, ela ostenta esse desempenho por ser a fiel depositária da indisfarçável impopularidade do governador.

‘Votos de Agra’ dispersos

A recente pesquisa Ipespe/JP apresentou aos pesquisados um quadro praticamente definido de candidaturas à Prefeitura de João Pessoa porque, dessa vez, o nome do prefeito Luciano Agra foi excluído. Afinal, o PSB, do qual o alcaide era filiado até a semana passada, tratou de excluí-lo da possibilidade de reeleição.

Na pesquisa de maio, Agra obteve 10% das menções dos eleitores e um honroso terceiro lugar no páreo então liderado por Maranhão, com seus imutáveis 22%, seguido de perto por Cícero, que na época, como já dito, detinha 18% das intenções de voto.

A julgar pelo novo resultado, os ‘votos’ dados ao prefeito foram em tese e parcialmente herdados por Cícero (que subiu 3 pontos percentuais), Luciano Cartaxo (do PT, que subiu apena um ponto, de 7 para 8%), Ítalo Kumamoto (PSC) e Lourdes Sarmento (PCO), que conseguiram sair do traço e marcaram um ponto, cada.

‘O mundo é um moído’
Devo aos conselhos dos amigos Geraldo Veras e Giuseppe Lyra o meu ingresso no planeta Twitter, o microblog de interação direta entre pessoas pela via cibernética que os entendidos chamam de rede social.

Ainda estou ‘apanhando’ em algumas coisas, mas, para um tiranossauro feito o colunista em matéria de novas tecnologias da informação e da comunicação, considero o meu progresso admirável, imodestamente.

Tanto que, trocando tuitadas anteontem com o jornalista Clilson Júnior, blogueiro e repórter investigativo do ClickPB, a verve do colega inspirou-me uma paródia do clássico ‘O mundo é um moinho’, do imortal Cartola.
Sem intenção de ferir seu ninguém, saiu assim:

Ainda é cedo, amor
Mal começastes a governar a Vila
E já anuncias a hora da partilha
Sem saber mesmo de quem irás tomar

Preste atenção, querida
Embora saiba que estás decidida
Cada propina mói um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moído
Vai triturar teus roubos tão mesquinhos
Vai te levar direto ao pó

Preste atenção, querida
Cada cheirada acaba em fissura
E se tu achas que isso é frescura
Vais consumir a tua carreira só