esquema criminoso

Ainda sem conclusão, Operação Cartola completa um ano investigando o futebol paraibano

A operação denominada “Cartola”, envolveu além da FPF, a Comissão Estadual de Arbitragem (Ceaf-PB), dirigentes dos clubes de futebol da Paraíba e, inclusive, participação do Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba (TJDF-PB) em um esquema de manipulação de resultados, adulteração de documentos, interferência de em decisões da Justiça Desportiva e desvio de valores

Hoje completa um ano que a Operação Cartola foi desbaratada pelo Ministério Público da Paraíba e pela Polícia Civil. De lá para cá, componentes da organização criminosa acusada de manipular resultados do Campeonato Paraibano, foram banidos do futebol na esfera desportiva, denunciados na Justiça Comum e já têm data para o julgamento, que deve acontecer no dia 16 de maio.

A operação denominada “Cartola”, envolveu além da FPF, a Comissão Estadual de Arbitragem (Ceaf-PB), dirigentes dos clubes de futebol da Paraíba e, inclusive, participação do Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba (TJDF-PB) em um esquema de manipulação de resultados, adulteração de documentos, interferência de em decisões da Justiça Desportiva e desvio de valores.

Após mais de seis meses de investigação, foi no dia 9 de abril do ano passado, um dia após a final do estadual de 2018, que a Federação Paraibana de Futebol (FPF) amanheceu com agentes do Grupo de Atuação Especial sobre Crime Organizado (Gaeco) e da Polícia Civil, apreendendo documentos, computadores e demais itens da sede da entidade máxima do futebol paraibano.

Inicialmente, estavam sendo investigadas mais de 80 pessoas, porém, ficou comprovada, inicialmente, a participação efetiva de 17 membros, entre eles, o presidente da FPF, Amadeu Rodrigues, o presidente do TJDF-PB, Lionaldo Silva, o presidente da Ceaf-PB, José Renato Soares, além de dirigentes do Botafogo-PB e Campinense, equipes que disputaram a final do certame estadual do ano passado. Estes foram indicados pelos órgãos de investigação, como os líderes do esquema.

PUNIÇÕES

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) passou a investigar, na esfera desportiva, as denúncias feitas pelos órgãos paraibanos. O órgão pediu que cinco denunciados fossem banidos do futebol, além de suspensão e punições em dinheiro para outros doze dirigentes, membros da FPF e do TJDF-PB.

Além dos dirigentes e membros das entidades desportivas paraibanas, os árbitros que participaram do esquema de manipulação dos resultados do campeonato estadual, também foram afastados de suas funções pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Nas investigações ficou constatado que eles recebiam dinheiro, ou até mesmo favores, como por exemplo, serem escalados para apitarem partidas da Série B ou Série A, em troca de favorecer determinadas equipes no campeonato. Os valores pagos chegavam até a R$ 50 mil reais.

OS PRINCIPAIS PUNIDOS

Amadeu Rodrigues (ex-presidente da FPF) banido do futebol e condenado a pagar multa de R$ 20 mil reais;

Breno Morais (ex-vice-presidente de futebol do Botafogo-PB): banido do futebol e condenado a pagar multa de R$ 90 mil reais;

William Simões (ex-presidente do Campinense): banido do futebol;

Marinaldo Barros (ex-procurador geral do TJDF-PB): banido do futebol e condenado a pagar multa de R$ 30 mil reais;

Lionaldo Santos (ex-presidente do TJDF-PB): banido do futebol e condenado a pagar multa de R$ 30 mil reais;

José Renato Soares (ex-presidente da Ceaf-PB): banido do futebol e condenado a pagar multa de R$ 50 mil reais;

Zezinho Botafogo (ex-presidente do Botafogo-PB): suspenso por 540 dias e condenado a pagar multa de R$ 30 mil reais;

Guilherme Novinho (ex-vice-presidente do Botafogo-PB): suspenso por 540 dias e condenado a pagar multa de R$ 30 mil reais;

Francisco Sales Neto (ex-diretor de futebol do Botafogo-PB): suspenso por 540 dias e condenado a pagar multa de R$ 30 mil reais.

INDICIADOS SERÃO JULGADOS EM MAIO

O Ministério Público da Paraíba (MPPB), diante das investigações, denunciou à 4ª Vara Criminal de João Pessoa as 17 pessoas que integravam o esquema envolvendo o futebol paraibano. O Ministério Público também pediu a destituição de todos os réus que ocupavam cargos nas entidades citadas.

Com a destituição de Amadeu, o vice-presidente da FPF, Nosman Barreiro, assumiu o comando da entidade, mas não durou muito tempo à frente do órgão. Ele foi afastado das funções, além de ter que pagar uma multa no valor de R$ 30 mil reais. A determinação foi do STJD, que julgou o processo, afirmando que o dirigente agiu com uma conduta antidesportiva, por ter dito que a CBF era “corrupta” e que a entidade fazia “jogo de cartas marcadas”.

Julgamento. Após quase um ano, enfim chegou a hora dos denunciados serem julgados na Justiça Comum. A 4ª Vara Criminal de João Pessoa marcou para o dia 16 de maio, às 14h, o primeiro julgamento referente à Operação Cartola. Com isso, os primeiros 17 denunciados podem ser punidos pelos crimes contra o futebol, e também nos delitos enquadrados no Código Penal Brasileiro.

Dentre os dirigentes que serão julgados, destaque para ex-presidente da FPF, Amadeu Rodrigues, o ex-presidente do Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba (TJDF-PB), Lionaldo Santos, o ex-presidente do Botafogo-PB, Zezinho Botafogo, o ex-vice-presidente do Botafogo-PB, Breno Morais, além do ex-presidente da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol (Ceaf-PB), José Renato Albuquerque Soares.

SE DERAM MAL

Auto Esporte e Desportiva Guarabira tentaram anular o Paraibano 2018 via Justiça Comum e foram excluídos da Segundona deste ano.

Fonte: Correio da Paraíba
Créditos: Correio da Paraíba