Menos de uma semana depois de dizer que o governo não tomaria a iniciativa de alterar a proposta de reforma previdenciária, o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, afirmou nesta terça-feira (2) que o Executivo pode retirar do texto o endurecimento de regras para aposentaria rural e para concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC) – concedido a idosos de baixa renda.
Na semana passada, após participar de uma audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara, o secretário havia negado a possibilidade de o governo fazer alterações na proposta, embora o próprio presidente Jair Bolsonaro já tivesse admitido à imprensa em fevereiro que poderia rever, entre outros pontos da reforma, a parte que altera o pagamento do BPC e a idade mínima da aposentadoria rural.
“Não vamos retirar nenhum ponto. Quem tem de retirar ponto, acrescer ponto, modificar ponto é o parlamento. É quem tem essa prerrogativa”, declarou o secretário de Previdência na última quarta no Câmara dos Deputados.
A mudança de discurso de Rogério Marinho se deu nesta terça-feira após ele se reunir, no Ministério da Economia, com 12 dos 34 deputados da bancada do PSD. Os parlamentares foram ao ministério para conversar com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Ao final do encontro, ao contrário do que havia declarado na semana passada, ele afirmou a repórteres que eventuais mudanças na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) serão discutidas somente quando for instalada a comissão especial que será criada para debater as mudanças previdenciárias.
“Treze partidos já se posicionaram contra esses dois itens, mas nós vamos continuar a debatê-los e, se a maioria assim entender, os itens serão suprimidos até porque o papel do parlamento é aperfeiçoar o projeto, apresentar propostas que de alguma forma consigam melhora o texto que foi apresentado pelo Executivo, como sempre foi na história do parlamento”, disse Marinho a jornalistas nesta terça-feira.
Fonte: G1
Créditos: G1