Depois de Fernando Rocha e Mariana Ferrão deixarem a Globo, a mais nova baixa da emissora foi no esporte. A jornalista Cris Dias, que se destacou em passagens pelo “Globo Esporte” e o “Esporte Espetacular“, encerrará seu vínculo de trabalho com a emissora em junho, mas já foi substituída por Carol Barcellos no noticiário esportivo do “Bom Dia Brasil” da última quinta-feira (28).
A demissão foi confirmada pela comunicação da Globo, que não renovará o contrato de Cris e não divulgou a razão do afastamento. Com mais de dez anos de casa, a jornalista é presente nas redes sociais e vira e mexe recebe declarações do namorado, o ator Caio Paduan, em seus perfis da internet.
O que está acontecendo na Globo?
Com tantas demissões em pouco tempo, é normal que o público demore um pouco para se acostumar com as mudanças. Claudino Mayer, especialista em TV pela USP, explica que isso é reflexo das alterações na cúpula da Globo, que no fim do ano passado colocou Mariano Boni, antes diretor de jornalismo, como responsável pelos programas de entretenimento com entrevistas.
Outro aspecto destacado pelo especialista é que o jogo das cadeiras representa o cenário atual em que o Brasil vive, com a crise afetando até mesmo as “profissões glamourizadas”.
Essa rotatividade é um reflexo da quebra de padrões. Não é só o cidadão comum que tem dificuldade no mercado de trabalho
O público, segundo ele, passa a compreender melhor essas decisões quando se vê próximo dos artistas, apresentadores e jornalistas, nas redes sociais. “Lá, todo mundo tem voz. A internet mostra, de certa forma, que todos são iguais. Se está difícil para nós conseguirmos emprego, para eles também está difícil segurar”, afirma Mayer.
Audiência afetada
Os fãs dos demitidos geralmente lotam as redes sociais de seus ídolos prometendo não assistir mais a programação da emissora. Segundo Claudino Mayer, esse comportamento, embora não pareça, já é esperado pela Globo. Com o tempo, no entanto, a tendência é todos se acostumarem com o que tem para assistir e deixarem de reclamar.
Quanto mais a gente vê uma coisa mais a gente se acostuma e se interessa. Esses jornalistas causaram familiaridade com o telespectador, as pessoas acreditam no que eles falam, não sentem a necessidade de ver outro canal, de checar a informação. Por isso, quando eles saem, o público demora a se acostumar e a Globo ganha um problema, avalia.
Mesmo com os riscos, Claudino acredita que a emissora esteja ciente e nem um pouco preocupada. Para ele, se a intenção fosse investir em programas como o “Bem Estar” essas mudanças não teriam acontecido de uma hora para outra. “Com o ‘Vídeo Show’ foi a mesma coisa. Foram várias mudanças e o que aconteceu? O programa acabou. A Globo já deve ter alguma carta na manga”, diz ele.
Quando o assunto é marketing, Claudino lembra que a emissora líder em audiência não dá ponto sem nó. “Você pode ver que ao mesmo tempo em que tudo isso está acontecendo, a Globo está investindo na Maju, com toda razão, e tem sido elogiada por isso. Por isso, essas baixas não são descuido. É tudo arquitetado”, analisa.
Fonte: Yahoo
Créditos: Yahoo